FOTO: DIVULGAÇÃO/MARACANÃ
Por: Paula Mattos
O Campeonato Carioca está chegando ao fim, mas os bastidores do Fla x Flu que irá decidir o grande campeão do torneio estão a todo vapor. Conforme adiantado pela reportagem do Coluna do Fla, o último jogo da final deve mudar de sede e, além disso, ter a presença de público no estádio. No entanto, o protocolo ‘Jogo Seguro’, elaborado pela Ferj e assinado pelos clubes que disputam o Cariocão, não prevê medidas para a liberação de torcedores nas partidas.
Para o último e derradeiro embate da final do Cariocão, a Ferj planeja a presença de 20 mil torcedores no estádio Mané Garrincha, que tem grandes chances de sediar o clássico. Todavia, nenhum artigo do protocolo de medidas de segurança contra o contágio à covid-19, elaborado pela federação com o apoio dos clubes, prevê ações contundentes para o enfrentamento à pandemia e, consequentemente, a liberação de público nos estádios.
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No protocolo ‘Jogo Seguro’, estão descritas diversas determinações que deveriam ser seguidas pela organização das partidas e, também, pelos clubes, seus jogadores e comissão técnica, além de todos os envolvidos na realização de um jogo de futebol (arbitragem, transmissão, entre outros). Em nenhum momento, as medidas restritivas, sequer, projetam um possível retorno de público aos estádios e, muito menos, a forma como isso deveria ser colocado em prática e, obviamente, fiscalizado.
No primeiro confronto entre Flamengo e Fluminense, disputado no último sábado (15), no Maracanã, houve presença de convidados e, com ela, uma grande confusão. Na ocasião, ambos os times tinham 150 ingressos à disposição para distribuir, e o Mais Querido utilizou muito mais bilhetes que o Tricolor, fato que gerou um enorme bate-boca entre Fred, atacante do Time das Laranjeiras, e Cacau Cotta, diretor de relações externas do Rubro-Negro.
Para o duelo final, entretanto, os ânimos podem ficar ainda mais exaltados. Isso porque, o Fluminense já se manifestou contrário à presença de público e, também, à mudança na sede da partida. O Tricolor até projeta não entrar em campo caso as determinações iniciais – jogo no Maracanã, com portões fechados -, sejam descumpridas. O Flamengo, por sua vez, é favorável à liberação do acesso de torcedores.
Vale lembrar que, no Cariocão do ano passado, o assunto também foi debatido. No entanto, na época, as determinações para retorno de público eram organizadas pela Prefeitura do Rio, até então gerida por Marcelo Crivella, em cronograma dividido por fases. Apesar de contar com o apoio da Ferj e do Flamengo, o projeto sofreu pressão externa, foi vetado, e teve a presença de torcedores descartada.
Nesta temporada, o assunto volta à tona, em uma realidade pandêmica muito mais preocupante no Brasil. Isso porque, os primeiros meses de 2021, superaram o número de mortes por covid-19 registrados em todo o ano de 2020, e o plano de vacinação da população brasileira segue caminhando a lentos passos.
Do início da pandemia até hoje, o país contabiliza 436.862 óbitos. Segundo levantamento do G1 junto às secretarias de saúde, mais de 39 mil pessoas já receberam a primeira dose da vacina, cerca de 18,54% da população, e mais de 19 mil, a segunda dose, aproximadamente 9,17%.
Jogo de futebol, poderia ter público reduzido, desde que sejam obrigados a usar máscara e manter o distanciamento seguro nas arquibancadas. Isso é possível com fiscalização e o direito dos seguranças colocarem para fora, os que não obedecerem os protocolos. Simples assim.
Diferentemente dos transportes de massa em que os passageiros viajam uns colados nos outros, alguns sem máscara e não há fiscalização.
É muita hipocrisia.