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Por Tulio Rodrigues
Nascido em 27 de fevereiro de 1948, o jornalista e escritor, Ruy Castro, viu desfilar no Flamengo os maiores craques e times da história do clube. Aos 73 anos, revelou em entrevista ao podcast “Fim de Expediente“, da CBN, como costuma acompanhar os jogos do Mais Querido. Disse recorrer às vezes ao ‘velho’ e bom rádio e quando quando o Rubro-Negro está em campo, é feriado nacional em sua casa.
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— A cada jogo do Flamengo pra mim é feriado nacional aqui. Eu paro com tudo e fico do ladinho da televisão e quando não tenho televisão como nesse momento, fico ao pé do rádio, ouvindo tranquilamente como fiz muito no passado.
Considerado por muitos como o maior biógrafo do Fla, Ruy também revelou que já se dava por satisfeito com os times que acompanhou nos anos 50, 60 e 70. Para ele, nada poderia superar a ‘Era Zico‘ até o plantel de 2019 com Gabigol e cia. Disse ainda que além um Flamengo impressionante em campo, o clube assumiu uma grandeza como instituição fora dele, como na questão da saúde financeira, iniciada na reestruturação em 2013.
— A coisa do Flamengo, aliás como torcedor de qualquer time irá concorda comigo, quando o Flamengo fez 100 anos, em 1995, eu participei de um livro comemorativo de 100 anos do Flamengo em que eu falei o seguinte: “Se não tivesse havido o Flamengo da ‘Era Zico’ entre 1979 e 1983, 84, por aí, mesmo assim eu teria morrido satisfeitíssimo com o Flamengo por tudo que o Flamengo me deu nos 50, anos 60, anos 70, antes da ‘Era Zico'”. Aí vem a era Zico e nada podia superar aquilo. E passaram depois, décadas e décadas que nada super aquilo ali no Flamengo e de repente, em 2019, entra em cena um Flamengo impressionante, que a gente já nem mais esperava e não só a coisa do time em campo, quase invencível, como a grandeza que o clube assumiu de repente. Assumiu uma grandeza como instituição, com saúde financeira e etc… À altura do potencial que ele sempre teve.
Em 2001, Ruy lançou o livro “O Vermelho e o Negro: Pequena Grande História do Flamengo“. A obra é considerada como uma das principais biografias do clube e se popularizou muito entre os amantes da literatura ‘flamenga‘. O sucesso foi tanto que é em 2012 foi lançada uma nova edição, mas com acréscimos dos títulos conquistados a posteriori da primeira edição, que se encerrava com o título Carioca de 2001, quando Petkovic faz aquele gol de falta histórico em emblemático contra o Vasco. A nova tiragem trazia o hexacampeonato brasileiro de 2009, também com destaque para o sérvio.
“A oposição não se conforma, mas não pode fazer nada: o Flamengo é um caso de amor entre milhões e o Brasil. Um dia, quando se mergulhar de verdade nos fatores que, historicamente, ajudaram a consolidar a integração nacional, o Flamengo terá um papel importante. Durante todo o século xx, ele uniu gerações, cores de pele e sotaques em torno de sua bandeira. Ao inspirar um rubro-negro do Guaporé a reagir como um rubro-negro da Rocinha (com os mesmos gestos e expletivos, e no mesmo instante), o Flamengo ajudou a fazer do Brasil uma nação“, trecho inicial do capítulo “Uma nação sonhando“.
Ruy Castro nasceu em Caratinga, Minas Gerais. O jornalista e escritor tem passagem por importantes veículos da imprensa do Brasil. É reconhecido como um dos maiores produtores de biografias do Brasil. Entre suas obras, “O Anjo Pornográfico” (a vida de Nelson Rodrigues), “Estrela Solitária” (sobre Garrincha) e “Carmen” (sobre Carmen Miranda). Já foi vencedor do Prêmio Esso de Literatura, do Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira e de quatro Jabutis.