FOTO: ALEXANDRE VIDAL / FLAMENGO
A fase do Flamengo não é nem um pouco das melhores. Com quatro derrotas em oito jogos, sendo duas consecutivas (Fluminense e Atlético-MG), o clima nos bastidores ferve e o alvo mais visado é Rogério Ceni. Segundo o jornalista Juca Kfouri, além dos resultados negativos, o treinador conta com uma soma de fatores que o faz sempre conviver na mira das críticas dos torcedores.
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— Eu acho que o maior problema do Rogério Ceni é o problema da comunicação. A atitude, o perfeccionismo, o mau humor não contribuem para que ele tenha uma imagem simpática principalmente quando ele sai do habitat dele, que sempre foi o São Paulo, tal a identificação como um dos maiores ídolos da história do São Paulo, com justa razão, e vai para um clube popular como o Flamengo, que exige uma compreensão no trato com o torcedor, que parece ele não ter, então ele se enclausura e ele acaba pagando por isso.
— Ele pagar pelo fato de o Flamengo de hoje não ser o de 2019 é uma baita injustiça, por todas as razões conhecidas, a começar por uma óbvia, o Flamengo de hoje não é o Flamengo de 2019, então não poderia reproduzir aquele futebol que nos encantou a todos. Você soma a isso esses insucessos recentes do Flamengo, o time mais desfalcado de todos os pretendentes ao título, com essa atitude que ele revela absolutamente antipática nas entrevistas que dá e sem assumir o seu quinhão de responsabilidade leva a isso, leva a que se escolha um bode expiatório e aí o bode expiatório é ele —, diz Juca ao Podcast “Posse de Bola“, do Uol.
Mesmo com os desfalques importantes, Juca diz que o futebol do Flamengo está abaixo do esperado e que a postura do comandante não ajuda, bem como a omissão dos dirigentes nos momentos de crise para respaldá-lo.
— Ele é bode expiatório porque o Pedro está fazendo bico, ele é bode expiatório porque o Bruno Henrique está muito longe de ser aquele Bruno Henrique, porque é claro, com o elenco que o Flamengo tem, a gente supunha que, mesmo com desfalques tão pesados, o Flamengo fosse capaz de fazer uma campanha melhor do que está fazendo e o Flamengo está jogando esse futebol abaixo da crítica —, concluiu.
Mais todo técnico e bode expiatório, não podem mandar o time embora, então mandam o técnico.
A culpa é dele por não acertar a defesa, por achar melhor ter boa saída de bola do que boa defesa de bola, por não enxergar soluções táticas na reposição de jogadores que potencializem a característica que o jogador substituto agrega, preferindo manter um esquema único direcionado somente ao ataque em qualquer situação. Culpa por não incentivar a retomada da bola durante os treinos com mais empenho, forçando os detentores da posse ao enfrentamento de dificuldades, hoje encontradas contra a maioria dos adversários. Etc., etc., etc.
Ceni se colocou nessa posição. Não tem capacidade de lidar com o elenco. Não tem capacidade de fazer esse time jogar bola, seja por treinamento, seja por prazer. Não tem trato com as pessoas, vide o áudio vazado. É a pessoa errada no lugar certo. Mas o pior, é essa diretoria de faz de conta, que deixou chegar nessa situação. Não cobrou os jogadores e não cobrou (nem cobra) o Ceni. Flamengo virou o clube do oba, oba, como outrora.