FOTO: GILVAN DE SOUZA/FLAMENGO
Em 2013, quando o Flamengo ainda se reestruturava financeiramente, a direção resolveu abrir os cofres para trazer um treinador de ponta. O nome escolhido foi o de Mano Menezes. O técnico havia deixado a Seleção Brasileira e chegou sob enorme expectativa. Após três meses de trabalho, entregou o cargo na derrota vexaminosa para Athletico-PR, em pleno Maracanã por 4 a 2. O anúncio foi feito na coletiva depois da partida, pegando a todos de surpresa. Um deles foi o vice de futebol da época, Wallim Vasconcellos, que em entrevista, contou os bastidores.
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— Eu estava indo pra casa, já chateado e o Pelaipe me ligou: “Wallim, o Mano entregou o o cargo. E eu: “como assim entregou o cargo?”. Tentei ligar para o Mano, não atendeu. Mandei mensagem, não atendeu. Aí ele mandou um dia lá: “um dia você vai entender a minha decisão. Falei: “lamento, pelo menos conversa comigo, é o mínimo que você tinha que fazer”. Desde lá, nunca me ligou, nunca falou, também nunca mais encontrei ele.
— Um ano mais tarde, uma pessoa me falou: “Wallim, a razão do Mano sair foi essa, essa e essa”. Isso não tem nada a ver com o “não entendeu”, foi uma outra razão, motivos pessoais dele. Só quero dizer que não foi nada de jogador não entender. Nunca vi uma coisa dessas. Ele foi embora por essas razões pessoais, mas eu só soube isso muito mais tarde —, disse ao “Charla Podcast“.
Wallim revelou ainda que o empresário do treinador pediu para que a multa que constava no contrato fosse perdoada. Havia uma cláusula de rescisão de R$ 1 milhão. Segundo o ex-dirigente, a solicitação foi negada e Mano Menezes teve que desembolsar a quantia. Quem assumiu o time no lugar do badalado comandante foi Jayme de Almeida, que levou a equipe a conquista da Copa do Brasil no mesmo ano.
— Ele podia chegar e dizer: Wallim, estou com problema pessoal, me desculpe, vou ter que ir embora, vou rescindir o meu contrato”. Tanto que eu falei para o empresário dele: “tudo bem, só pagar a multa rescisória”. Aí o empresário: “libera aí”. Não, libera não, tem a responsabilidade com o clube, pagou um milhãozinho. Pau que dá em Chico dá em Francisco. Quando eu demito, eu pago, quando o cara se demite, ele paga. Normal da vida.
O ano de 2013 foi um marco em nossas vidas. Foi quando o Flamengo deixou de ser bagunça e a “Casa da Mãe Joana”. Aquela época foi muito difícil, pois, ainda estávamos estigmatizados como clube caloteiro, e tínhamos poucos recursos. Mas o Bandeira, o Wallin e outros, fizeram um excelente trabalho… e SEM MECENAS!!!