Justiça cobra explicações do Flamengo pela não utilização do número 24 na Copinha

Ação foi movida por grupo defensor dos direitos LGBTQIA+, que apontou ato de discriminação do clube


Após ação do Grupo Arco-Íris, a Justiça do Rio de Janeiro determinou que o Flamengo explique a razão pela qual o número 24 não foi utilizado por nenhum atleta na Copa São Paulo de Futebol Júnior 2022. A organização autora do pedido luta pelos direitos da população LGBTQIA+ e viu preconceito e discriminação no ato do Clube da Gávea.

A determinação foi despachada na última segunda-feira (21), pela juíza Simone Gasteti Chevrand, da 25ª Vara Cível do Rio de Janeiro. De acordo com a ação do grupo Arco-Íris, o Flamengo deveria se manifestar em até 48h após a notificação. O clube, entretanto, ainda não esclareceu se já foi notificado e se vai responder os pedidos. A informação foi divulgada inicialmente pelo ge.


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VEJA TRECHO DO DOCUMENTO DO GRUPO ARCO-ÍRIS:

O número 24 ganhou forte associação à temática gay, pois era o número utilizado no jogo do bicho (muito popular e conhecido no Brasil) para a identificação do veado/cervo. O animal, de igual forma, ganhou forte referência à temática homossexual, pois se popularizou o comportamento da espécie de relações sexuais entre animais do mesmo sexo, mesmo não se tratando de comportamento exclusivo entre esses animais.

Sendo assim, o número 24 é constantemente, e historicamente, relacionado com o homem gay por conta do jogo do bicho, que associa este número ao veado, animal, que por sua vez, é utilizado como forma de ofensa para a comunidade LGBTI+”.

Vale destacar que o grupo Arco-Íris já havia ingressado com ação contra a CBF pelos mesmo motivos. Em junho de 2021, a organização processou a entidade máxima do futebol brasileiro, alegando que o time de Tite foi o único a não utilizar o número 24 nos uniformes da Copa América.