Equipes não concordam com a divisão dos direitos de transmissão propostos pelos apoiadores que já assinaram o termo
Ao longo da última semana, a discussão sobre a nova liga brasileira tomou os debates esportivos. Os clubes já estão alinhados em relação a criação do torneio, mas ainda divergem na questão de repartir as cifras oriundas de direitos de transmissão. Tanto que, na sexta-feira (06), quinze equipes se manifestaram por meio da mesma nota, que contraria os termos passados na Libra.
O ponto central da discussão, como mencionado, é a divisão 40-30-30 nos direitos de transmissão. Nesses moldes, 40% das cifras seriam dividas de maneira igualitária, enquanto o restante iria para performance no torneio e taxa de procura, em estádios o plataformas de exibição, respectivamente. Corinthians, Red Bull Bragantino, Flamengo, Palmeiras, Santos e São Paulo, Ponte Preta e Cruzeiro já aceitaram este modelo.
Apesar disso, o restante das equipes cobra uma divisão mais igualitária no certame. Athletico, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Ceará, CSA, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Náutico, Operário-PR, Sampaio Corrêa, Sport e Vila Nova se posicionaram a favor do 50-25-25. Com isso, os moldes mudariam, e os clubes receberiam uma maior parcela igualitária, enquanto performance e IBOPE ficaria em segundo plano.
CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA:
“A maioria dos clubes de futebol integrantes das séries A e B do Campeonato Brasileiro segue em seu esforço pela criação da Liga de Clubes e, com esse objetivo, se reuniu na tarde desta sexta-feira para discutir os critérios que nortearão, em bases sustentáveis e justas, o equilíbrio de forças no futuro.
Entre os assuntos debatidos, o mais relevante foi a divisão de receitas de forma que contribua de fato para o aprimoramento da competição, tornando menos desiguais as condições de competitividade atuais.
Os termos aceitos em São Paulo por outros 6 clubes perpetuam o abismo que existe hoje, ao manterem a parte igualitária das receitas em 40%, enquanto nos campeonatos mais bem sucedidos este percentual pode chegar a 68% somando todos os direitos domésticos, internacionais e de marketing, caso da Premier League, por exemplo.
Não é aceitável que haja clubes ganhando 6 vezes mais do que outros, enquanto nas melhores Ligas do mundo essa diferença não ultrapassa 3,5 vezes.
Outro ponto a ser aprimorado é a adoção de premissas que não privilegiem pilares de difícil aferição, em especial ao que tange a engajamento. Tais critérios, na visão da maioria dos clubes que participaram da reunião, apenas perpetuam a posição de superioridade de alguns sobre outros, não dando a oportunidade de maior equilíbrio dos campeonatos.
A criação da Liga entre os 40 clubes será a oportunidade de se mudar efetivamente o futebol brasileiro e esse objetivo não pode se subordinar a interesses individuais de alguns, petrificados há décadas na superioridade de recursos. Sabemos que não seria justo buscar igualdade total de receitas, mas sim equanimidade e melhor distribuição.
O futebol brasileiro não avançará sem que haja um consenso entre os 40 clubes das séries A e B de que a justa distribuição de receitas gerará maiores oportunidades na disputa.”
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