Rodolfo Landim disse que há outras maneiras de punição sem interferir no resultado de campo
A Confederação Brasileira de Futebol realizou, em agosto, o primeiro Seminário de Combate ao Racismo e Violência no Futebol. No encontro, o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, sugeriu perda de pontos aos clubes que registrassem atos racistas. Sobre o assunto, Rodolfo Landim, mandatário do Flamengo, demonstrou apoio à causa, mas disse não concordar com a punição em questão, alegando que existem outras maneiras de discutir penalidades sem interferir em resultados de campo.
– Em primeiro lugar, eu quero parabenizar a CBF e o presidente pela iniciativa de colocar esse tema em discussão. Esse tema é tão importante e tão profundo para nós do Flamengo, que o Flamengo tinha um jogo contra o São Paulo, e eu fiz questão de ficar lá na CBF e assistir ao seminário inteiro. E não fui ao jogo por causa disso. Eu acho que era importante a presença do Flamengo para demonstrar o quão importante eu acho que é a gente se engajar nessa luta -, disse Landim, antes de prosseguir:
– Dito isto, o presidente Ednaldo lançou essa ideia. Estou falando aqui como presidente do Flamengo. Não gosto de você misturar aspectos técnicos com problemas como esse, que são problemas extra-campo. Eu, particularmente, acho que perda de pontos é algo que não deveria ocorrer. Eu acho que tem várias maneiras de você punir as pessoas. Lá no seminário, com a presença do presidente do senado, Rodrigo Pacheco, acho que ele foi muito feliz na apresentação dele. Falou o seguinte: ‘Primeiro a gente precisa criar, de fato, um marco legal no país e que esse marco legal seja respeitado, para que de fato as coisas possam acontecer’ -, ponderou.
Vale ressaltar que, durante a defesa da ideia apresentada, Ednaldo Rodrigues apontou a ‘pena desportiva’ como única forma de afastar o racismo e o preconceito do futebol. O presidente da CBF, no entanto, afirmou ser democrático e disse que irá levar a discussão para o tribunal. Na ocasião, apenas Vasco e Bahia não se manifestaram contra a proposta do mandatário da entidade máxima do futebol brasileiro.
Ainda sobre o assunto, Rodolfo Landim fez questão de explicar os motivos de ser contrário ao proposto por Ednaldo Rodrigues. O presidente do Flamengo, inclusive, acha que a medida é passível da interferência de terceiros, visto que torcedores podem se infiltrar na torcida adversária para tentar prejudicar um clube em específico.
– Eu acho que você, vamos dizer assim, responsabilizar uma equipe por um ato de uma pessoa, de um torcedor, fazer com ela perca pontos, eu acho que é difícil. Até porque amanhã ou depois uma torcida pode pegar uma camisa de um jogador de outro time e se infiltrar na torcida adversária e fazer para que a outra equipe perca pontos, entendeu? Naturalmente, tenho um pouco de reação a esse aspecto especifico da perda de pontos, mas a discussão, vamos dizer assim, de como isso deve ser tratado, de discutir penalidades, que sejam penalidades financeiras, que sejam perdas de mando de campo, tudo isso, mas influir no resultado de dentro do campo, aí eu acho que é um pouco demais na minha percepção -, justificou Landim, em entrevista à ESPN.
Vale ressaltar que, recentemente, o Flamengo foi alvo de racismo durante a disputa da Copa Libertadores da América, mas não houve nenhuma medida da Conmebol para coibir os atos. Já em relação às competições nacionais, o único episódio maior de punição a um clube foi com o Grêmio, em 2014. Na ocasião, a equipe foi eliminada da Copa do Brasil pelo ‘Caso Aranha’.
Nessa eu concordo com o Landim com alguma ressalva. Concordo que punir o clube mistura diretamente o resultado esportivo, atrapalha o diretamente o trabalho de jogadores, tecnicos e comissao tecnica. Nao sou a favor disso.
A ressalva que eu tenho [e que o landin cita em punir as pessoas. Sim elas devem ser punidas mas o clube pode atuar para mitigar esse problema. Podem ter açoes educadoras nos dias de jogos, podem manter um cadastro de infratores e aplicar punicoes caso seja socio torcedor… tem uma série de forma do clube ser punido e/ou atuante