O mundo do futebol ainda está em choque com as imagens vistas no Estádio Mestalla, durante a partida entre Valencia (ESP) e Real Madrid (ESP), pelo Campeonato Espanhol, no domingo (21). O cria do Flamengo Vinicius Júnior foi alvo de ofensas racistas antes, durante e depois de a bola rolar. Em solidariedade ao garoto do Ninho, o Cristo Redentor, um dos monumentos mais conhecidos do planeta, prestou homenagem ao atacante.
A estátua, localizada no Rio de Janeiro, teve a iluminação desligada às 18h (horário de Brasília) desta segunda-feira (22). O gesto em homenagem a Vinicius Júnior foi idealizado pelo Santuário Arquidiocesano que administra o Cristo Redentor, em cooperação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com o grupo Observatório da Discriminação Racial no Futebol.
“Preto e imponente. O Cristo Redentor ficou assim há pouco. Uma ação de solidariedade que me emociona. Mas quero, sobretudo, inspirar e trazer mais luz à nossa luta. Agradeço demais toda a corrente de carinho e apoio que recebi nos últimos meses. Tanto no Brasil quanto mundo afora. Sei exatamente quem é quem. Contem comigo porque os bons são maioria e não vou desistir. Tenho um propósito na vida e, se eu tiver que sofrer mais e mais para que futuras gerações não passem por situações parecidas, estou pronto e preparado”, escreveu Vinicius Júnior, no Twitter.
O ‘recado’ em homenagem a Vinicius Júnior durou uma hora, das 18h às 19h (horário de Brasília). A atitude, apesar de ter o ex-Flamengo como inspiração, é o “símbolo da luta coletiva contra o racismo e em solidariedade ao jogador e a todos os que sofrem preconceito no mundo inteiro”, de acordo com nota divulgada pelos organizadores da ação.
ENTENDA O CASO
Antes de a bola rolar para Valencia e Real Madrid, os torcedores do time cantavam, do lado de fora do Estádio Mestalla, “Vinicius é um macaco”. Dentro de campo, no segundo tempo, a cada toque do atacante, os fãs da equipe mandante imitavam sons de macaco. O ex-Flamengo chegou a reclamar com a arbitragem e identificou os racistas nas arquibancadas.
Apesar das lamentações de Vinicius Júnior, o árbitro e a organização do jogo ignoraram o racismo ocorrido dentro de campo. Ainda por cima, o atacante foi recebeu o cartão vermelho após uma confusão generalizada no gramado. O brasileiro recebeu um ‘mata-leão’ de um jogador do Valencia, foi enforcado por quase dez segundos, mas o juiz expulsou apenas o jogador do Real Madrid.
Depois do jogo, o caso de Vinicius Júnior gerou comoção mundial, sendo alvo de notas de apoio de grandes clubes do planeta, inclusive o Flamengo. Além disso, astros de outras modalidades se solidarizaram com o garoto do Ninho, como Lewis Hamilton, da Fórmula 1, e Gabriel Medina, do surfe.