Reunião para votação de propostas de emendas acaba em bagunça e gritos de “burro”
Por: Leo José, Rodrigo Lima e Vitor Beloti
O clima esquentou na reunião do Conselho Deliberativo (CoDe) do Flamengo na última quinta-feira (14). Conselheiros votaram três propostas de emendas estatutárias, mas um pleito em específico foi motivo de muita confusão na sede do clube, na Gávea, Zona Sul do Rio. Atual diretor de relações externas do Rubro-Negro e um dos presentes na reunião, Cacau Cotta falou com a reportagem do Coluna do Fla e detalhou o encontro, que começou tranquilo, antes de a ‘temperatura subir’.
— Na primeira votação, o Planejamento Financeiro (trienal ou quadrienal) foi aprovado por unanimidade, e o Flamengo só ganha com isso. Na segunda votação, inclusive, o vice-presidente geral (Rodrigo Dunshee) votou a favor dos 3+3 anos, e o próprio Landim disse que não queria mais um ano para ele, então foi rejeitada (a proposta de mandato único de quatro anos). Só que na última votação, quando se tratou de cargos públicos, houve uma grande confusão, uma falta de respeito, e o pessoal não entendia quem estava votando a favor ou contra. Então, não teve vencedor ou vencido — contou Cacau.
A confusão aconteceu durante a votação da proposta que vetaria políticos de cargo público eleito a serem presidente ou vice-presidente geral do Flamengo. Tal sugestão é apelidada internamente de “Emenda EBM”, pois excluiria o ex-presidente e atual Deputado Federal Eduardo Bandeira de Mello das eleições rubro-negras de 2024. Na contagem dos votos, onde os conselheiros que eram contra a moção se levantavam das cadeiras e quem era a favor permanecia sentado, o clima esquentou.
CONFUSÃO, BAGUNÇA E GRITOS DE “BURRO”
Presidente do Conselho Deliberativo do Flamengo, Antônio Alcides chegou a declarar o resultado que rejeitava a proposta de emenda para veto a políticos de cargos públicos na presidência e na vice-presidência geral. Conselheiros do grupo político de Landim e da oposição se exaltaram e tomaram a palavra na reunião.
Antônio Alcides tentou refazer o pleito para ter mais clareza na contagem, mas a sessão já estava incompleta. O caos tomou conta, e gritos de “burro, burro, burro” foram entoados em direção ao presidente do CoDe. Logo a sessão foi suspensa, e a votação será remarcada.
— Foi tanta gritaria, foi tanta confusão nessa parte política, porque foi uma votação extremamente política, que não tinha nada a ver com o Flamengo […] O que não faz parte é a confusão. Com a confusão, houve a suspensão da votação. Foi isso que escutei do presidente Alcides, foi o que consegui escutar diante de toda gritaria, com toda a falta de respeito — contou Cacau, antes de completar:
— Ele (Alcides) foi xingado de “burro”, como se fosse um técnico de futebol, pela oposição. Houve muita exaltação, as coisas não ficaram claras […] Quando a chega a parte política é onde tem a grande briga, porque existe os interesses pessoais — explicou Cacau.
No fim das contas, após toda a confusão na reunião, a votação da proposta de emenda que vetaria políticos de cargos públicos eleitos de serem presidente ou vice-presidente geral do Flamengo foi anulada. O pleito será remarcado para haver a definição.
— Pelo que entendi, o presidente (do Conselho Deliberativo) botou para ser votado em outro momento e será votado acredito que na urna, para que não haja nenhuma dúvida. Quem ganha é a democracia, é o Flamengo […] Na urna não tem grito, faz o resultado e o vencido aplaude o vencedor — comentou Cacau.
CACAU COTTA REBATE BANDEIRA DE MELLO: “ESTÁ FALTANDO COM A VERDADE”
— Fico triste que, em uma semana onde deveria estar sendo falado sobre a Copa do Brasil, com todos unidos aqui, o ex-presidente (Eduardo Bandeira de Mello) esteja proferindo uma vitória que não é verdade, dizendo 80% a 20%. Está faltando com a verdade. Fico triste. Tenho respeito como ex-presidente, que fez um bom trabalho, e hoje está usando isso politicamente como oposição — disse o diretor de relações externas do Flamengo.
A fala de Cacau Cotta ao Coluna do Fla acontece após o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello fazer pronunciamento sobre a condução da votação. Segundo o Deputado Federal, o grupo político de Landim tentou dar um “golpe” na reunião do CoDe.
— Foi muito mais que um golpe estatutário. Ganhamos de 80% a 20%. O presidente do CoDe declarou o resultado e aí ele foi pressionado com truculência, violência, e tomaram o microfone da mão dele. Aí, ele se viu “obrigado” a anular a sessão. O que era um golpe estatutário, passou a ser um golpe de verdade — discursou Bandeira, na saída da sede do Flamengo, na Gávea.
??️ Bandeira de Mello fala sobre reunião no Conselho: “Foi muito mais que um golpe estatutário. Ganhamos de 80% a 20%. O presidente do CoDe declarou o resultado e aí ele foi pressionado com truculência, violência e tomaram o microfone da mão dele. Aí, ele se viu ‘obrigado’ a… pic.twitter.com/e3fm9Wb81A
— Coluna do Fla | Flamengo (@ColunadoFla) September 15, 2023
DESFECHO DA REUNIÃO
Foram três votações de propostas para emendas. A primeira, sobre criação de um Planejamento Financeiro Trienal foi aprovada, e a próxima gestão já terá que praticá-la. Já a segunda moção, que aumentaria o mandato de três para quatro anos e extinguiria a reeleição, foi rejeitada por boa parte dos conselheiros. Entretanto, o pleito para a sugestão de veto a políticos de cargos públicos eleitos à presidência e vice-presidência geral do Flamengo foi anulada e será remarcada.
Esse Bandeira tá querendo o que, trazer a polticada para dentro do Flamengo e começar a usar o clube como uma extensão de ideologias e partidos políticos?
Esse cara não gosta de largar o osso. O certo seria proibirem de trabalhar no Flamengo qualquer pessoa que está em um cargo público.
Não fosse o Wallim ter chamado esse cidadão para substituí-lo na Chapa Azul em 2012 por questões políticas a época, hoje esse senhor não passaria de um aposentado do BNDES. Agora que entrou para política está de olho em 2014, fazendo tudo para tumultuar a gestão atual.
As cocotas do Landim e do Braz já vieram aqui defender aquela gestão vergonhosa.