Em bate-papo exclusivo com o Coluna do Fla, Leandro e Lico relembraram a conquista do mundial, que completa 42 anos
Por: Pedro Paulo Catonho
“Em dezembro de 81, botou os ingleses na roda. Três a zero no Liverpool ficou marcado na história”. O jogo que motivou a música entoada até os dias atuais pela torcida do Flamengo completou 42 anos nesta quarta-feira (13). Dessa forma, para homenagear os ídolos que entraram em campo naquele 13 de dezembro de 1981, em Tóquio, o Coluna do Fla conversou com dois titulares do título mundial rubro-negro, Leandro e Lico. Logo, a dupla recordou a conquista.
“Você vê que o Flamengo não precisou gastar nem um tostão, praticamente, para ser campeão do mundo. Naquela época o mercado europeu era praticamente fechado. Então, aquele grupo se conhecia e tinha raiz, entendia perfeitamente o que era jogar no Flamengo, a responsabilidade que era”, disse Leandro.
“Era um grupo que respeitava a entidade, que respeita os seus torcedores e havia um respeito mútuo entre todos nós jogadores e isso permanece até hoje. E, assim, vão 42 anos, passa rápido. Mas inesquecível, está aí na história do Flamengo, com os torcedores comentando até hoje, que vale lembrar sempre. Foi uma honra, realmente”, acrescentou Leandro.
LICO EXALTA TÉCNICO CARPEGIANI
Desse modo, na final do Mundial contra o Liverpool, o Flamengo entrou em campo com Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Junior; Andrade, Adílio e Zico; Lico, Tita e Nunes, todos comandados por Paulo César Carpegiani. Portanto, dos 11 titulares, apenas dois não foram crias do Mengão: Raul e Lico. O atacante também conversou com a reportagem do Coluna do Fla para relembrar a data histórica e revelou gratidão ao treinador.
“Essa data aí de 13 de dezembro… Ficou marcada na história de cada um daqueles jogadores, né? Pela conquista, uma vitória importante para a história do futebol brasileiro e do Clube Regatas do Flamengo, principalmente. É a maior conquista que o clube tem na sua galeria. Com certeza foi um dia inesquecível, um dia lembrado por todos nós, pela Nação Rubro-Negra”, ressaltou Lico.
“Paulo César Carpegiani, um ex-jogador excepcional, craque de Seleção Brasileira também, que tinha uma visão muito, muito longe assim de enxergar o jogo. Devo a ele a minha entrada na equipe, de confiar no meu futebol, de acreditar que realmente para mim foi algo que eu pude realizar o meu sonho de criança, era jogar em uma grande equipe e marcar minha história como jogador. Demorou para eu entrar na equipe, porque realmente eram jogadores com um potencial muito grande”, pontuou Lico.
BAILE NO PRIMEIRO TEMPO
Em campo, o Flamengo “botou os ingleses na roda” ainda no primeiro tempo do mundial. Afinal, logo aos 13 minutos, Nunes abriu o placar, após passe de Zico. Com 34’ jogados, Adílio aproveitou rebote de falta cobrada pelo Galinho de Quintino e ampliou. O maior ídolo da história rubro-negra ainda participou do terceiro tento, ao lançar o centroavante Nunes para dar números finais, aos 41’. O embate aconteceu no Estádio Nacional de Tóquio, no Japão.
VEJA O DEPOIMENTO DE LEANDRO NA ÍNTEGRA
“Esse título tão sonhado de 81 de campeão mundial, na verdade, começou lá atrás, em 78. Com Cláudio Coutinho montando aquela equipe, eu mesmo na verdade só entrei como titular no final de 80, praticamente, mas já vinha jogando desde 78 com o grupo. Um grupo formado praticamente no Flamengo, todos os jogadores, exceto Lico e Raul, né?
Você vê que o Flamengo não precisou gastar nem um tostão, praticamente, para ser campeão do mundo. Naquela época o mercado europeu era praticamente fechado. Então, aquele grupo se conhecia e tinha raiz, entendia perfeitamente o que era jogar no Flamengo, a responsabilidade que era. Então foi formando aquele esquadrão, talvez um dos melhores ou o maior time do Flamengo de todos. E depois de tantos títulos, carioca e brasileiro de 80 também, 81 libertadores, então só foi o ápice.
O campeonato mundial contra o Liverpool, que já foi depois com o Carpegiani. E foi, diga-se de passagem, merecidamente por tudo que o fez esses anos, até alcançar esse objetivo, que lá atrás o Coutinho já falava que esse time poderia ser campeão do mundo. Eu só digo que foi uma grande honra, um privilégio jogar e fazer parte desse grupo tão especial que se mantém unido até hoje. Nós temos um grupo do WhatsApp, a gente se fala todo dia.
Era um grupo que respeitava a entidade, que respeita os seus torcedores e havia um respeito mútuo entre todos nós jogadores e isso permanece até hoje. E, assim, vão 42 anos, passa rápido. Mas inesquecível, está aí na história do Flamengo. Os torcedores comentam até hoje, vale lembrar sempre. Foi uma honra, realmente”.
VEJA O DEPOIMENTO DE LICO NA ÍNTEGRA
“Essa data aí de 13 de dezembro… Ficou marcada na história de cada um daqueles jogadores, né? Pela conquista, uma vitória importante para a história do futebol brasileiro e do Clube Regatas do Flamengo, principalmente. É a maior conquista que o clube tem na sua galeria. Com certeza foi um dia inesquecível, um dia lembrado por todos nós, pela Nação Rubro-Negra.
Foi um time que ficou realmente marcado pelo futebol que mostrava, jogando sempre com uma qualidade técnica que jamais se viu em um time de futebol. Todos jogadores nível de seleção brasileira, com certeza. Foi um time que realmente encantou até os próprios adversários pelo futebol que apresentava, e que não foi só essa conquista, várias outras conquistas que marcaram esse grande time, extraordinária equipe, comandada pelo Paulo César Carpegiani, um ex-jogador excepcional, craque de seleção brasileira também, que tinha uma visão muito, muito longe assim de enxergar o jogo.
Devo a ele a minha entrada na equipe, de confiar no meu futebol, de acreditar que realmente para mim foi algo assim que eu pude realizar realmente o meu sonho de criança, era jogar em uma grande equipe e marcar minha história como jogador. Então, foi muito significativo. Significante jogar ao lado daqueles jogadores fantásticos, demorou para eu entrar na equipe, porque realmente eram jogadores com um potencial muito, muito grande, mas deu tudo certo.
Graças a Deus eu pude, com a minha determinação e confiança, entrar na equipe e contribuir muito para o sucesso dessa equipe de alcançar títulos e vitórias que marcaram toda a trajetória daquele clube, daquela equipe que realmente foi fantástica. Então meu depoimento é que essa data é inesquecível, é uma lembrança gostosa de conquistar um mundial no Japão, em Tóquio. Só tenho a agradecer os companheiros e a torcida”.