Cabeça erguida, qualidade no passe e poder de marcação, mas sempre com a camisa por dentro do calção. Assim joga Caio Garcia, volante campeão da Libertadores Sub-20 do Flamengo no último domingo (17), contra o Boca Juniors (ARG). O motorzinho do meio campo rubro-negro na competição falou com a reportagem do Coluna do Fla sobre a conquista no Uruguai.
Caio Garcia relembrou a histórica conquista da Libertadores, detalhou como foi o início da carreira, rasgou elogios ao técnico Mário Jorge e revelou os planos. Além disso, o volante explicou o motivo de jogar sempre com a camisa por dentro do calção.
— A camisa por dentro do calção, eu defino ela em uma palavra que é a excelência. Eu tento demonstrar para mim mesmo, toda vez que eu entro dentro de campo. Quando eu faço isso, coloco a camisa para dentro do calção, é que eu vou entregar o meu melhor dentro de campo, independentemente do que aconteça. Aquilo ali é um momento que eu vou me dedicar, vou me concentrar o máximo possível para que a minha equipe saia com a vitória — disse Caio Garcia, ao Coluna do Fla.
Com 19 anos (nascido em 2004), Caio Garcia chegou ao Flamengo em 2023, oriundo da Ferroviária, de Araraquara-SP. Em um primeiro momento, o volante chegou por empréstimo, mas depois o Rubro-Negro adquiriu definitivamente e assinou com o jogador até o fim de 2025. Logo no ano de chegada, ganhou o Campeonato Brasileiro Sub-20. Agora, levantou a Glória Eterna da Libertadores.
— Foi uma experiência muito boa, uma das melhores possíveis, não tinha vivido ainda isso. Então, foi algo muito positivo na minha carreira e na carreira de todos que estavam ali na competição. Foi um título inédito e para gente era um sonho, que conseguimos conquistar durante os dias que a gente esteve no Uruguai — acrescentou Caio Garcia, relembrando o 2 a 1 de virada contra o Boca.
“Tem uma coincidência dos dois times serem argentinos e a gente ganha de virada, mas em nenhum momento a gente se apegou a isso, porque no momento do jogo a gente sabia que a gente era capaz de conseguir a vitória mesmo saindo atrás do placar. A nossa equipe é uma equipe com mental muito forte, você pode pegar os jogos da Libertadores”.
“Tivemos dois jogos (Aucas-EQU e Rosario Central-ARG) que a gente saiu atrás, e com o Boca também saímos atrás, conseguimos a virada. Nossa equipe é muito resiliente, sabíamos da nossa capacidade, que a gente poderia virar, e as coisas aconteceram naturalmente. Conseguimos a virada e esse título inédito”.
“O Mário Jorge é um grande treinador. A carreira que ele vem construindo já fala por si mesmo. É um cara que cobra muito no nosso dia a dia, mas a gente entende que essa cobrança sempre é para buscar nossa melhor versão, então nos ajuda muito no dia a dia, dentro de campo. Ele é um cara que tem a malícia do futebol, então tanto ele como a comissão toda facilitam nosso jogo dentro de campo”.
“A gente sabe da nossa capacidade técnica, só que a competição não te permite só a técnica. E se for colocar um combustível, acredito que era um sonho de cada um ali ganhar a Libertadores. Então, como a gente sabia que tinha capacidade técnica, e alinhado com o nosso sonho de ganhar a competição, isso nos fez acreditar em todo momento que era possível. Fazer um gol e logo em seguida virada”.
“Meu início no futebol foi aos quatro anos de idade. Eu comecei a jogar bola com o pessoal da rua e meu primo frequentava um projeto de futebol. Aos seis anos, eu entrei nesse projeto, só que era só campo, e eu tinha a maioria dos meus amigos ali da rua frequentavam um outro projeto, que era campo e futsal”.
“E aí eu passei a frequentar lá, com mais ou menos seis para sete anos. E aí, desde então, foi onde que eu comecei a triunfar, comecei a jogar mais em outras cidades, comecei a ganhar campeonatos, ser artilheiro. Esse projeto se chama Pupilos da Bola, que é muito importante ressaltar, porque o professor de lá, o Luiz Artieri, foi um cara que estendeu a mão pra mim, acreditou em mim, quando ninguém acreditava”.
“E ele foi o cara que fez todo o corre comigo para conseguir estar onde eu estou hoje. Foi um cara que estendeu muito a mão pra mim. Me ajudou praticamente em tudo. Minha família não tinha muitas condições, financeiramente falando. Então devo muito a esse cara. É um cara que eu guardo pra sempre na minha vida. E hoje eu estou aqui no Flamengo, realizando um sonho. Consegui mais um título inédito com a camisa do Flamengo. Estou muito feliz e glória a Deus por tudo”.
“Fico muito feliz pelo carinho da torcida comigo, tenho entregado o meu melhor dentro de campo. A Nação pode esperar de mim o possível e impossível para colocar o Flamengo sempre no topo”.
“A visão de jogo, acredito que meu passe também, construção de jogo tanto defensivamente, como ofensivamente. Claro que tem muitas coisas a serem melhoradas, mas eu tenho se dedicado dia após dia para evoluir o máximo e entregar o melhor para o Flamengo”.
“O meu plano para 2024 é ganhar o máximo de títulos possíveis, independentemente se eu esteja na base ou se eu esteja no profissional, esse sempre vai ser meu pensamento aqui no Flamengo. Sempre ganhar o máximo de títulos possíveis e consequentemente ver muita batalha dia após dia, treino após treino e jogo após jogo, essa é minha mentalidade para 2024”.
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