Consagrado, ídolo mundial e respeitado na Europa, David Luiz vivia a reta final da carreira com conforto no Velho Continente. No entanto, o zagueiro se sentiu desafiado após 14 anos fora de casa e escolheu o Flamengo para “não se acovardar”. Em entrevista divulgada nesta quinta-feira (04), o defensor relembrou o motivo de ter assinado com o Mengão em 2021, fez uma grande reflexão sobre o sentido da vida e resumiu o que é a Nação Rubro-Negra.
— Ah, David, mas você vai pro Flamengo, é pressão? Vou. Ah, David, mas hoje eles te amam, amanhã eles te odeiam. Mas depois de amanhã eles amam de novo. Ah, David, mas você não precisa disso. Eu preciso disso para viver. Eu preciso ir contra o sistema. Eu não posso me acovardar e fugir daquilo que eu tenho a oportunidade na minha vida. Que é de mostrar para as pessoas que é possível. Que não é só ajudá-las a celebrar, mas é ajudá-las também a enxergar como torcer, como ver as pessoas. E que muitas vezes a frustração delas não está na gente, está na vida. Aquilo é só um momento de escape. Da ansiedade, da depressão, da tristeza — disse David Luiz, ao ‘Player’s Tribune’.
— Para o Flamengo, eu vim ao Brasil de férias, depois de uma pandemia. E a decisão do Flamengo foi de enxergar como foi difícil não passar o casamento da minha única irmã no Brasil. Como foi difícil nos aniversários ou datas comemorativas em que eu estava longe. Como foi difícil no Chelsea ganhar título, fazer gol, 60 mil gritando meu nome, depois chegava em casa não tinha ninguém. A pandemia me fez refletir sobre isso, sobre a vida, sobre as pessoas, sobre o sofá. Aí eu na pandemia eu voltei, uns cinco a dez times para voltar para a Europa, eu vi meu sobrinho crescendo, jogar bola com ele, três meses no Brasil, minha mãe, meu pai, e começou a mobilização da Nação e eu falei: quer saber? É aqui que eu devo estar — acrescentou.
Hoje, David Luiz é titular absoluto do Flamengo. Porém, depois do título da Libertadores 2022, o zagueiro perdeu espaço no time e chegou a ser criticado por parte dos torcedores. Novamente em alta, o camisa 23 já sabe bem como funciona a Nação Rubro-Negra e está preparado para os altos de baixos no Mais Querido.
— Eu sou assim, pelo que eu sinto. Eu não gosto do comodismo. Se eu gostasse do comodismo, eu não voltava para o Flamengo. O que passou, passou, não tem como mudar. Futuro a gente planeja, mas não sabe. O dia especial é hoje, agora. O mais difícil é você ter a força, e a Nação que você vai apoiar mais do que vai bater. É como filme de boxe. Você apanha 11 rounds, mas no 12º você ganha. O mais difícil é aguentar os 11, mas no 12º você celebra — pontuou David Luiz.
Como destacado por David Luiz, o futuro não pode ser planejado. E os próximos passos do jogador ainda não estão definidos, afinal, o contrato com o Flamengo é válido até o fim desta temporada. Com 37 anos, o atleta é visto como um dos líderes do elenco e voltou a ser útil dentro de campo, após disputar 16 jogos e marcar dois gols em 2024.
Mesmo com ‘idade avançada’, David Luiz vive sequência intensa no Flamengo. Afinal, o zagueiro entrou em campo nas últimas oito partidas da equipe no Brasileirão. Do total, em apenas dois o jogador não atuou os 90 minutos, já que saiu no intervalo do clássico com o Fluminense e foi preservado diante do Juventude (entrou aos 40’ do segundo tempo).
Em mais de uma hora de entrevista ao ‘Player’s Tribune’, David Luiz falou mais um pouco sobre a parte mental dos jogadores e a reflexão para o êxito na profissão. Confira mais um trecho dito pelo zagueiro no bate-papo divulgado nesta quinta-feira (04).
— Nosso país não pode ser o mais rico em tudo e não estar desfrutando. Não pode ter oportunidade de ser o melhor lugar do mundo e não estar sendo. Mas a gente delega aos outros: é o governo, é isso, aquilo. E nós, o que estamos fazendo nós? Será que a gente não está sendo conduzido pelo sistema? Será que a gente não está conduzido por pensar isso é normal, já não dá para mudar. É melhor eu pensar na minha família, pegar minhas filhas, morar numa ilha longe e fugir dos problemas — opinou David Luiz.
— Não. Por mais que esse pensamento possa passar na sua cabeça algumas vezes, não. Vem cá, vamos conversar. Eu perdi no jogo ontem, você perdeu onde na sua vida? Você sabe? Onde você ganhou também? Que talvez o melhor gol que a gente está fazendo é esse aqui, estar trazendo e buscar as nossas filhas. O mais importante da vida são as pessoas, têm valor. O resto têm tudo preço. Mas é preciso cuidar bem, recalcular e enxergar o que vale a pena — concluiu.
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Pela primeira vez, vejo um grande capitão jogar sem a faixa no braço!!!
É um grande jogador, tem liderança e ajuda demais os mais jovens. Eu já defendi sua saída e hj olho com carinho sua renovação, quando achei que seu corpo não aguentava mais ele me provou que ainda pode, só acho que a idade chega para todos e ciclos podem se encerrar ou pelo menos mudar, pelo que está jogando e principalmente ajudando a equipe, sua ultima renovação antes criticada hj é comemorada mas para a continuação pelo menos, uma reformulação salarial precisa ser feita, é um ciclo, como foi feito aos Diego, Diego Alves e ao Felipe Luís, para continuar afinal está aos 37 anos.
Concordo plenamente, Renan. Se essa gestão for um pouquinho inteligente, irá propor uma renovação de contrato por apenas um ano e com vencimentos mais modestos, já que em vista da idade e condição física do atleta, ele dificilmente irá conseguir uma boa proposta em outro clube. Mas, se tratando desta gestão...
Cara esse ser humano existe mesmo david Luiz muito bom mesmo que Deus sempre te abençoe