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“Fica, Gabigol”, show da torcida e Carlinhos herói: veja cronologia dos fatos de Vitória 1×2 Flamengo

Reportagem do Coluna do Fla esteve no Barradão para acompanhar o triunfo do Flamengo sobre o Vitória


O Flamengo bateu o Vitória por 2 a 1 na quarta-feira (24) e assumiu a segunda posição do Brasileirão. A reportagem do Coluna do Fla esteve no Estádio Manoel Barradas, o Barradão, e acompanhou tudo da partida, desde as chegadas das torcidas até o apagar das luzes no campo do time baiano.

Nossa equipe chegou ao Barradão por volta das 16h30 (horário de Brasília). Caía uma chuva fina em Salvador, 25 graus, tempo bom para a boa prática do futebol. Mesmo com mais de três horas de antecedência, o lado de fora do estádio estava pintado de vermelho e preto – do Flamengo e do Vitória.

Em um clima muito pacífico, as torcidas interagiam bem, comendo churrasquinho e tomando cerveja juntas. No lado do Flamengo, otimismo, mas com os pés no chão: “vamos vencer, mas com o Tite é só 1 a 0“, disse um torcedor. Já os baianos que conversaram com o Coluna temiam: “se não for goleada, está bom. Vocês têm um craque no time, chamado Arrascaeta. Joga demais“.

CHEGADA DOS TIMES

Os ônibus das delegações chegaram por volta das 18h30 (horário de Brasília). Quando o veículo do Vitória passou no meio da torcida do Flamengo, vaias, mas nada além disso. Porém, quando os atletas do Mengão se aproximaram, veio a primeira explosão: “MEEEEEENGOOOO, MEEEEEENGOOOO“.

DENTRO DO ESTÁDIO

Por questões de segurança, a torcida do Flamengo entrou primeiro no estádio. Com o setor visitante lotado uma hora antes de a bola rolar, a Nação começou um show. “Em Dezembro de 81“, hino do clube e “Sempre Estarei Contigo” dominaram a ‘playlist’ antes de a bola rolar.

No entanto, a festa visitante incomodou os donos da casa. Para abafar, o sistema de som do Barradão começou a tocar, em um volume bem alto, músicas tradicionais da Bahia, como Chiclete com Banana, Léo Santana, entre outros.

“FICA, GABIGOL”

Quando o relógio marcava 18h55, Gabigol e Ayrton Lucas foram os primeiros jogadores a pisar no gramado. Nesse momento, não tinha para Chiclete com Banana, Léo Santana e toda música popular baiana. A Nação explodiu com o grito de “fica, Gabigol“. O atacante abriu o sorriso e acenou para os torcedores, ao lado dos dirigentes Marcos Braz, Bruno Spindel e Diogo Lemos. Minutos depois, quem subiu a campo foi Rossi, também ovacionado pelos rubro-negros. O argentino retribuiu, dando um tchauzinho.

Com todos em campo, os atletas se aqueceram com roda de bobo, finalizações e outros movimentos. Posteriormente, as equipes seguiram para os vestiários. Na volta ao campo para o jogo, David Luiz foi ovacionado por parte dos torcedores do Vitória (o zagueiro iniciou a carreira em Salvador), já Gabigol recebeu vaias e mandou beijinhos para os donos da casa.

BOLA ROLANDO

Agora com o estádio lotado (normal em todos os jogos do Flamengo como visitante), a torcida do Vitória começou empolgada, ao som de “se me chamar, eu vou. Eu vou para o Barradão para ver o meu Leão“, uma paródia de música do cantor baiano Bell Marques.

Porém, nos primeiros 15 minutos, o Vitória não conseguia passar do meio campo, e a torcida da casa foi ‘murchando’. Então, a Nação passou a ‘copar’ o Barradão, que viu o setor visitante explodir com o gol de Arrascaeta, aos 39 minutos do primeiro tempo. No intervalo, cena repetida. Os rubro-negros do Mengão cantava alto, mas o sistema de som do estádio tentava abafar a festa do Fla.

FÉ NO MENGO

Na etapa final, a torcida do Vitória voltou a empurrar, mas com um pé atrás. “Não dá para ganhar tendo essa desgraça no gol”, disse um torcedor, com uma boa gíria baiana, se referindo ao goleiro Lucas Arcanjo, após um erro na saída de bola.

Pouco depois, Fabrício Bruno balançou as redes, mas o árbitro anulou a jogada, apontando dois toques de Arrascaeta na cobrança de escanteio. Festa da torcida do Vitória no Barradão, similar a de um gol. Empolgação que viria dobrada aos 30 minutos do segundo tempo, com o gol de Everaldo.

Precisando dos três pontos para seguir na luta pelo título, Tite foi para o tudo ou nada e formou o ataque com Carlinhos, Gabigol, Luiz Araújo e Arrascaeta. Aos 45′, os dois centroavantes resolveram, com assistência do camisa 99 e finalização do grandalhão de 1.95 metro.

Na comemoração, Gabigol correu em direção a Tite e deu um efusivo abraço, flagrado pela reportagem do Coluna do Fla, descartando qualquer possível rivalidade entre as partes. Com o apito final logo depois, o treinador deu um afago em Carlinhos e pediu para o atacante curtir o momento sozinho junto com a Nação, que voltara a dominar os gritos no Barradão.

PÓS-JOGO

Na coletiva de imprensa depois do jogo, Tite respondeu sete perguntas dos jornalistas. Posteriormente, a comunicação do Flamengo avisou que os jogadores não iriam falar com a imprensa, por conta da chuva. Assim sendo, alguns atletas aproveitaram para atender torcedores. Carlinhos deu alguns autógrafos. Porém, a estrela do pós-jogo foi David Luiz.

Fãs mirins gritavam “David Luiz, cadê você? Eu vim aqui só para te ver”. E o zagueiro respondia, rindo: “calma, já vou”, enquanto tirava fotos com torcedores do Vitória e até jogadores do adversário, como Osvaldo e Wagner Leonardo. Com a resenha de David Luiz no gramado, as luzes do Barradão foram se apagando e a cobertura do Coluna do Fla terminou, por volta das 23h30. Uma noite especial para o Mengão no Manoel Barradas.

Detalhe: este texto foi escrito na Praia do Flamengo, localizado em Salvador, quase no limite com o município de Lauro de Freitas. Portanto, foi uma quarta-feira (24) de Mengão na Bahia, dos coqueiros da praia até os gols de Arrascaeta e Carlinhos no Barradão.