Éverton Ribeiro foi o melhor jogador do último Brasileiro, vencido pelo Cruzeiro. Não foi fulgurante no título mineiro deste ano, mas foi decisivo na classificação dos celestes contra o Cerro Porteño.
Dificilmente será convocado por Luiz Felipe Scolari no grupo dos 23 que se concentrarão na Granja Comary. É possível que surja entre os sete suplentes que vão ser nomeados de sobreaviso pelo técnico. É mais uma menção honrosa; a chance de entrar no grupo dependerá de um corte. E 2010, Dunga fez lista parecida – Ganso estava nela – mas nada aconteceu.
Mesmo que se transfira para os gigantes do futebol inglês que vez por outra o sondam, como Manchester United e Liverpool, Éverton Ribeiro tem tudo para ser um símbolo do desprestígio do futebol mestiço no ano em que sedia a Copa do Mundo.
Não que eu seja um enorme fã do seu futebol, mas é quase unânime que ninguém foi melhor que ele. Talvez o ex-lateral-esquerdo tenha desabrochado tarde demais no meio-campo.
Dos que aqui jogam, Jefferson, Fred e Jô são nomes certos. Jefferson e Fred são nomes certos há pelo menos 4 anos. Talvez Dedé esteja entre os 23, ou certamente estará entre os sete suplentes. Os terceiros goleiros também serão daqui: Diego Cavalieri, Victor. Talvez Elias, ídolo no Flamengo e futuro corintiano, esteja entre os sete suplentes: é jogador para incendiar estádios pelo lado do clubismo. Se for suplente, será um afago populista às duas maiores torcidas do país. Talvez Alan Kardec, objeto de desejo na Marquês de São Vicente. Talvez Diego Tardelli.
Talvez entre os sete suplentes surja Miranda, essa sólida coluna da zaga do Atlético de Madri que surpreendeu o mundo com raça e solidariedade tática. O que não quer dizer que Miranda seja recentemente surpreendente. Em 6 de dezembro de 2012, eu já apontava aqui que o ex-são-paulino merecia ser testado pelo recém-retornado técnico.
Onde Éverton Ribeiro será símbolo, Miranda será o álibi. “Veja, eu também ignoro gente muito boa do outro lado do Atlântico.”
Para Felipão, formar um time é, acima de tudo, tecer uma rede de confianças. Todo técnico tem suas idiossincrasias. Todo convocado ganha enorme dinheiro. No futebol brasileiro, é preciso ter certeza de que o esse milionário vai correr pelo técnico, que será responsabilizado por cada lance, que exercerá um compromisso até o fim, sem abandonar o barco, sem jogar apenas por si. E que não vai amarelar na Copa do Mundo.
Sabe quando diziam que futebol é momento? Pois é, isso não faz mais nenhum sentido aqui.
Fonte: Blog do Márvio dos Anjos