Se no futebol o Flamengo tentou algumas vezes, mas nunca contratou Robinho, no vôlei o clube rubro-negro tem o seu Robinho. Robinho que, na verdade, se chama Jonas, mas ganhou o apelido justamente pela semelhança física com o jogador que brilhou pelo Santos, passou um tempo na China e pode voltar para o Alvinegro Praiano. Aos 19 anos, Jonas Paixão Fidélis veste a camisa 10, é uma das principais promessas do voleibol rubro-negro e teve atuação decisiva na vitória da equipe sobre o Botafogo, por 3 sets a 1, nesta quarta-feira na Gávea, na estreia na Superliga B masculina.
– Gosto de futebol e sou fã do Robinho. Acho muito legal ter o apelido dele, uso até o mesmo número que ele na camisa. Sei que é uma responsabilidade grande vestir a camisa 10 do Flamengo, o Arly (Cunha, técnico do time de vôlei) brinca muito com isso), mas está tudo certo. Eu comecei com a camisa 2 aqui, mas resolvi mudar e escolhi a 10 – contou o Robinho do vôlei, que também é fã do ídolo rubro-negro Zico, mas deixa claro que seu esporte definitivamente não é com os pés.
– Quando tem uma brincadeira, eu até tento jogar futebol, mas não é muito minha praia – admitiu.
Com a bola nas mãos, no entanto, o Robinho rubro-negro mostra qualidade. E não é apenas na quadra. O jovem atleta concilia o trabalho no Flamengo com o vôlei na praia, joga em Ipanema sempre que não está treinando dentro de um ginásio. Segundo ele, os treinamentos na areia ajudam bastante o desempenho na quadra. Desempenho de alto nível que ele vem demonstrando desde as categorias de base e espera comprovar agora também na equipe adulta.
Normalmente atuando na posição de oposto, Robinho apresentou uma bom repertório ofensivo na estreia do Flamengo na Superliga B, com bastante potência dos saques e ataques. Para chegar até aqui, ele ainda teve que superar um ponto que é fundamental no vôlei: a altura.
– No começo eu achava que não iria pra frente, pela minha estatura, eu tenho 1,82m, não sou tão alto. No Brasileiro juvenil, o técnico até falou que se eu tivesse mais 10cm, teria me convocado para a seleção. Então, é difícil essa vida, mas enquanto o Flamengo tiver abrindo portas para mim, eu vou estar aí segurando esse oportunidade. Por eu não ser tão alto, eu tenho na minha cabeça que eu preciso fazer muito mais do que os outros para estar jogando entre eles – afirmou.
Robinho está no clube da Gávea há três anos. Antes disso, atuava pelo rival Fluminense. Antes ainda, chegou a tentar a sorte em outras modalidades, mas percebeu que o seu talento era mesmo no vôlei.
– Bem antes de eu começar a jogar vôlei, eu fiz natação, porque sou asmático, comecei para ver se dava uma melhorada. Depois fiz futebol de areia, mas não dei certo em nenhum dos dois, aí pensei em tentar o vôlei. Há oito ou nove anos atrás, fiz uma peneira no Fluminense e passei, fiquei lá cinco anos. Depois eu tive um convite do Flamengo, o Arly sempre falava comigo e decidi jogar aqui, eu sou flamenguista. No primeiro ano aqui no Flamengo, no infanto, ganhamos o Torneio Início e eu ganhei o prêmio de melhor jogador – disse o atleta.
Decisivo na vitória sobre o Botafogo nesta quarta-feira, Robinho vibrou bastante junto a torcida rubro-negra. E três torcedoras em especial nas arquibancadas, deram todo o apoio ao jogador antes, durante e depois da partida. O camisa 10 do Flamengo comemorou a grande atuação ao lado da mãe e das duas irmãs, que moram junto com ele no bairro do Engenho da Rainha, Zona Norte do Rio de Janeiro.
– Elas sempre me dão apoio. Pego todo dia o metrô e depois um ônibus para sair de casa e treinar aqui na Gávea. Hoje ela vieram aqui torcer por mim. Quero aproveitar essa oportunidade que estou tendo no Flamengo. Acho que aqui é minha casa, aqui é meu lugar, decidi ficar e até agora está dando certo – finalizou o Robinho do vôlei rubro-negro.
Fonte: GE