Falante na chegada, Alex Muralha foi – ao lado de Willian Arão – o primeiro apresentado pelo Flamengo para esta temporada. O goleiro, que fez grande Brasileiro pelo Figueirense, motivou alto investimento rubro-negro na sua contratação. No discurso padrão da diretoria, a intenção é ter dois jogadores de alto nível para cada posição. E Muralha, que faz a estreia contra o Santa Cruz nesta manhã de domingo no Arruda, tem sua primeira chance de mostrar que vai disputar palmo a palmo a camisa de titular do gol do Flamengo. A disputa de posição está no ar e provoca zelo do novo contratado até em falar em entrevistas. O silêncio marca a briga pela vaga no gol.
Cria da casa, Paulo Victor viveu grande fase em 2014 e no ano passado. Mas, para muitos torcedores, caiu de rendimento após lesão no fim da última temporada. O gol de empate do Ceará – em chute de fora da área – provocou críticas da torcida. Antes do jogo da última quinta-feira, o jogador lembrou o tempo de casa e mostrou certo incômodo com a sombra de Muralha.
– Estou com a cabeça tranquila, trabalhando sempre, objetivo é sempre o Flamengo, não é no individual que a gente pensa. Venho fazendo, o que já faço há onze anos no clube. Para mim não vai ser diferente. Tenho mais três anos de contrato e fiz a opção de estar no Flamengo porque aqui eu estou almejando coisas maiores, que é a seleção brasileira – disse o goleiro, em entrevista ao canal Esporte Interativo na última quinta-feira.
Na chegada a Recife, Muralha se esquivou dos jornalistas e não quis falar sobre a estreia na partida contra o Santa Cruz. Pedidos de entrevistas exclusivas com o goleiro também não estão sendo realizadas no momento – por opção própria de Muralha. Situação igual vive Victor Hugo, novo preparador de goleiros, que também ainda não falou sobre a disputa dos goleiros.
Muricy tem deixado claro que não há vaga cativa em qualquer setor do time. Com nove reforços para a temporada, a disputa por posições promete ser intensa – e não só no gol. Wallace e Juan iniciam a temporada como titular, mas César Martins, que se destaca nas bolas paradas neste início de temporada, e Antonio Carlos, contratado ao Avaí, estão de olho na posição.
No treino da véspera da partida contra o Santa Cruz, Muralha praticou bastante saída em cruzamentos. Foi bem na maioria, mas também saiu em falso. De estilo diferente de Paulo Victor – não só no cabelo -, o goleiro ainda se mostra um pouco tímido na orientação da defesa. Nos treinamentos em Mangaratiba, era normal ver Paulo Victor falando bastante com os jogadores e exibindo voz ativa no comanda do setor defensivo. O jogo desta manhã marca o início de fato da briga no gol: camisa 48, de Paulo Victor, ou 38, de Muralha, em jogo. A bola está com Muricy.
Fonte: GE