Acostumado com os bastidores do apito no futebol brasileiro, o ex-árbitro gaúcho Leonardo Gaciba, hoje ganhando a vida como um analista do ofício, mostrou-se desconfortável ao analisar a simples presença do auxiliar de linha Luiz Antônio Muniz de Oliveira na final do Estadual.
“Está colocado ali porque a Comissão (de Árbitros do Rio) queria que ele tivesse exatamente naquele lugar”, disse, pisando em ovos para ir um pouco mais além do que os companheiros que tentaram justificar o erro de Luís Antônio, no gol em impedimento que deu ao Flamengo o título disputado com o Vasco no domingo.
Pois Gaciba baseou-se apenas no fato do auxiliar ter sido também aquele que não viu (sic) a bola entrar 30cm numa cobrança de falta de Douglas contra o mesmo Flamengo, nesta mesma competição.
E formou seu juízo estranhando a decisão do chefe dos árbitros que o escalou para a final, ignorando ofício impetrado pelo Vasco que solicitava a não escalação dos árbitros daquela partida.
Outros casos
Pois sabe o Gaciba que a discussão é bem maior do que a simples polêmica a respeito de equívocos da arbitragem – coisa corriqueira no futebol mundial com o avanço da tecnologia.
O buraco é mais embaixo
Não foi a primeira vez, tampouco a segunda, que o mesmo auxiliar agiu de forma “equivocada”, com seu bastão de trabalho.
Para citar só os casos mais recentes, teve “olho clínico” para invalidar dois gols do Vasco, ambos contra o Botafogo, ambos em 2013, em lances dificílimos _ impedimentos marcados por um ombro, um pedaço da perna ou da cabeça, e que só se vê com a imagem congelada: um de Renato Silva, na final da Taça Guanabara, outro de André, no Brasileiro.
Palhaços
Portanto, faz muito bem a diretoria do Vasco em mover mundos e fundos na Justiça em prol de um questionamento mais aprofundado sobre as arbitragens no futebol carioca _ e cada clube que se sinta prejudicado faça o mesmo!
Medidas como essa não vão anular jogos ou tomar títulos conquistados no campo, como o do Flamengo, por exemplo.
Mas dá ao consumidor final, e à sociedade em última instância, o direito de pensar que futebol não é circo.
Pelo menos isso…
PS
Eurico Miranda, presidente do Conselho de Beneméritos do Vasco, escudeiro do presidente da Federação, foi vaiado durante reunião do Conselho Deliberativo ao questionar a decisão de processar a entidade.
Bem feito!
Fonte: Blog do Gilmar Ferreira