Poucas horas depois de marcar seus primeiros gols com a camisa do Estoril, na vitória por 3 a 1 sobre o Rio Ave, na última segunda-feira, Mattheus recebeu uma ligação:
– Parabéns, mas não é só isso. Você tem que querer mais, não pode se acomodar. Poderia ter feito o terceiro.
Era Bebeto, atacante campeão do mundo em 1994, pai do meia de 21 anos, que, mesmo do Brasil, atua como conselheiro, elogia e dá broncas quando é preciso. Porque em termos de adaptação, Mattheus está muito bem sem a família por perto. Em Portugal, além mudar o visual, encontrou amigos, boa comida e seu bom futebol. Aquele o qual sonhou desempenhar defendendo o time profissional do Flamengo, mas que durou pouco: foram apenas 20 jogos, sendo que nenhuma vez atuou por 90 minutos.
Mattheus chegou ao Flamengo aos 10 anos e viveu infância e adolescência esperando o momento de brilhar nos profissionais de seu clube de coração. Ele rejeita o termo frustração, mas admite que passou longe de ficar satisfeito com o que viveu de 2012 a 2014 no Rubro-Negro. Assim, encontrou tranquilidade, sequência e confiança com a camisa do Estoril, atual oitavo colocado do Campeonato Português, no qual chegou há pouco mais de um ano. Por isso, em entrevista ao GloboEsporte.com, deixou claro que não pretende deixar a Europa tão cedo.
GloboEsporte.com – Em seu 15º jogo pelo Estoril neste Campeonato Português – o 10º como titular – você marcou seus primeiros gols. Realizado?
Mattheus – Os gols são fruto dos bons jogos que já vinha fazendo. Mesmo não saindo os gols, dei assistências e tive boas atuações. Era o que faltava, tinha certeza de que mais cedo ou mais tarde o gol sairia. Consegui ter uma sequência de partidas e estou muito feliz com esse momento.
Como foi deixar o Flamengo, onde chegou aos 10 anos, e defender outro clube pela primeira vez, sendo ainda fora do Brasil?
Se no dia a dia a adaptação foi tranquila, como foi a mudança dentro de campo?
Aqui o futebol é mais jogado, como se diz na gíria. É mais tático, mais inteligente. Logo aprendi que todo mundo tem que marcar, tem que contribuir. No Brasil é costume os homens de frente jogarem só com a bola no pé. Primeiro atuei mais recuado, quase como volante, o que me ajudou a ter noção de marcação. Também passei a ter mais a leitura do jogo, e hoje sou mais completo. Procurei ver os meus defeitos e trabalhar em cima deles, com a ajuda dos companheiros e do treinador (o brasileiro Fabiano Soares).
E quais eram os seus defeitos?
Eu não tinha isso de tentar recuperar quando perder a bola. Era um jogador que marcava, cobria espaço mas não era de ajudar. Vi que taticamente é importante preencher os espaços. Essa foi a principal necessidade que senti quando cheguei. Era o meu defeito. Hoje sei que não é só roubar a bola, mas principalmente ajudar. Consegui entender isso.
Desde que foi promovido aos profissionais ao Flamengo, em 2012, até deixar o clube, em 2014, você disputou apenas 20 partidas e em nenhuma atuou os 90 minutos. Sequência era o que você precisava?
Por isso dá para dizer que sua passagem pelo Flamengo foi frustrante? Isso porque você chegou ao clube criança, sempre sonhou atuar pelo time profissional e teve uma passagem apagada.
Frustrante, não. Mas foi chato o que aconteceu. Foi ruim ser criado no Flamengo e ter saído tão cedo. Queria ter jogado mais, ter ajudado muito mais, jogado mais tempo. Mas acredito que nada é por acaso, então não acho frustrante. Ainda sou muito novo para isso.
Os jogadores recentemente promovidos pelo Flamengo têm sido lançados aos poucos, mesmo aqueles que já despontam bem, como Felipe Vizeu. Lucas Paquetá, que também foi campeão da Copinha como você, começa a ter sua chance. Foi isso que faltou a você e à sua geração para que sua trajetória como profissional do Flamengo fosse melhor?
Quando o garoto sobe da base ele quer jogar de qualquer jeito. Acho que faltou um pouco mais de calma, de dar mais aquela confiança para a gente. Faltou colocar para jogar e colocar na hora certa. A base do Flamengo é fortíssima, todo jovem quem jogar nesse clube. Eu fico feliz de ver esses meninos irem bem, principalmente o Paquetá, que vi chegar no Flamengo. Ele era baixo, magro, ninguém dava nada por ele, mas sempre teve qualidade. Agora desencantou. É um jogador que me agrada muito.
Tem estilo de jogo parecido com seu?
(Risos) Lembra, sim. É canhoto como eu… Tem quase as mesmas características.
Seu contrato com o Estoril termina em junho, quando também encerra seu vínculo com o Flamengo. Qual será o seu futuro?
Para ser sincero, a ideia agora é fechar bem a temporada, terminar assim e colocar o Estoril na melhor colocação possível. Porque sei que depois vêm coisas boas. Depois ainda não sei o que vai acontecer. Estou feliz aqui, me adaptei à cultura local. Mas quando acabar o campeonato, resolvo com tranquilidade.
Pelo jeito, deixar a Europa não está no seus planos.
Como falei, estou feliz aqui, e você tem que ficar onde está feliz. Mas não se sabe o dia de amanhã.
Ainda dá tempo de disputar as Olimpíadas?
Claro que sim. Dá tempo, ainda mais pelo momento que vivo em Portugal, jogando num mundo importante do futebol, como a Europa. Aqui é difícil ver jogadores muito jovens já jogando no time titular e fazendo gols. Tenho passagem pela seleção brasileira sub-13 até sub-20, tenho idade olímpica… O sonho ainda está aberto.
Fonte: GE
Jogador sem sangue daqui a pouco a turma do momento modinha vai comentar aqui dizendo que ele ta jogando muito que deveria ganhar mais uma chance rum.
Veio fazer um ou dois gols chorados por esse time agora e ja tá em boa fase? Para ne, jogador fraquissimo, nunca fez falta e nem fará, só subiu pra profissa no flamengo por influencia do pai…
Kkkkk o cara fez seus primeiros gols depois de um ano la fora e já está dando entrevista como se fosse o Iniesta brasileiro. Eu tenho que rir…é e sempre foi um jogador medíocre apadrinhado pelo papai jogador. Deveria pensar em estudar p midar de rumo na vida,pois como jogador,sem condições!