Foi uma vitória com a cara e o jeito do Flamengo.
Um 2 a 1 fora do país, desfalcado e parcialmente desacreditado.
Parcialmente, porque confiante mesmo só o técnico Jayme de Almeida.
E ela, vê-se agora, não era sem motivo.
Afinal, ele conhece como poucos a história do Flamengo.
E conhece como ninguém o potencial dos jogadores que dispõe.
Por isso, mesmo sem cinco titulares, desenhou um esquema competitivo, nem defensivo ou ofensivo, mas na medida para a ocasião.
Pôs o questionável Wellington numa linha de três zagueiros, fazendo dele um falso lateral direito, e preencheu o meio com jogadores jovens e de boa capacidade aeróbica _ aptos, portanto, para o vai-e-vem necessário.
Pasmem: a ausência de Leo Moura, André Santos, Cáceres, Elano e Hernane fez do Flamengo um time aplicado ao extremo, compactado.
Sem virtuosismo, mas com objetividade e velocidade na transição do meio-campo para o ataque.
Amaral e Muralha fecharam o meio;
Gabriel e João Paulo bloquearam as laterais intermediárias;
Éverton e Paulinho atrapalharam a saída de bola adversária;
E Alecsandro jogou com a experiência, desdobrando-se no ataque, no meio e na defesa _ sempre utilizando os atalhos, dosando as energias.
O Flamengo teve menos de 40% de posse de bola, mas nem por isso deixou de buscar o gol.
Talvez tenha até desperdiçado as melhores chances, o que lhe conferiu uma certa autoridade durante o jogo, mesmo quando pressionado.
O pênalti convertido por Alecsandro aos 9m de jogo e o gol de Paulinho aos 47m da fase final, em virada de bola magistral de Negueba, tiveram sabor de conquista.
O time está de volta à luta por uma vaga na próxima fase e renovado para as duas batalhas que decidirão o Estadual com o Vasco.
No clássico regional, dois empates bastam.
E no duelo final da fase de grupos da Libertadores, contra o León, na próxima quarta, no Maracanã, será preciso uma vitória simples.
Que a atuação do time nesta partida tenha mostrado a todos que tipo de perfil o Flamengo precisa para chegar onde deseja.
Fonte: Blog do Gilmar Ferreira