Virou senso comum dizer que Guerrero está devendo no Flamengo. Seja torcedor, rival ou especialista, o discurso é pronto: o peruano está abaixo das expectativas tanto em gols como tecnicamente. O veredicto não está necessariamente errado, mas peca, pelo menos, em um aspecto: são raras as fases artilheiras na carreira do atacante.
Desde os tempos no time principal do Bayern de Munique-ALE, onde chegou para a temporada 2003/2004, até o Flamengo – com Hamburgo-ALE e Corinthians no caminho -, o jogador não passou de 18 gols em uma temporada. Isso sem contar as apresentações pela seleção peruana.
A camisa bicolor, aliás, tornou-se a salvação do camisa 9 nos últimos tempos: durante o declínio de performance no Flamengo, o atacante tornou-se o principal goleador da história do time nacional, com 27 gols. Antes disso, Guerrero igualou a marca do uruguaio Petrone ao alcançar a artilharia da Copa América, em 2011, e manter o posto na edição seguinte, em 2015. O feito não era repetido desde 1924.
Pelos clubes, no entanto, a trajetória é menos estrelada. No Bayern, foram 45 jogos e 13 gols. A partir de 2006, com a chegada ao Hamburgo, o aproveitamento aumentou, mas não com grande destaque: na melhor temporada, 2007/2008, Guerrero marcou 14 gols em 41 jogos – nas 34 partidas daquela temporada da Bundesliga, o Campeonato Alemão, o italiano Luca Toni foi às redes 24 vezes.
Objetivamente, o melhor momento da carreira foi no Brasil, a partir de 2012. Guerrero levou o Mundial daquele ano com o Corinthians, conquistou a Recopa Sul-Americana no ano seguinte e participou da campanha do Campeonato Brasileiro que terminou com título alvinegro na temporada passada. Em 2013, o maior número de gols: 18 – o mesmo número que Fred, do Fluminense, fez no Nacional da época.
No Flamengo, a característica de homem-gol mantém-se distante: Guerrero tem 39 jogos e 13 tentos com as cores rubro-negras; 21 e 9, respectivamente, em 2016. Com mais uma Copa América à porta, o jogador dá adeus temporário à Gávea para voltar ao alento da seleção peruana. O camisa 9 já está nos Estados Unidos para a competição, que começa no dia 3 de junho.
Fonte: Esporte Interativo
Vai explicar isso pro torcedores que acham que o Guerrero é o problema do time.
Já sei que o novo vilão será Guerrero ou Paulo Vitor.