Ser convocado para a Olimpíada do Rio 2016 é uma excelente notícia para qualquer atleta, mas quando a lista conta com mais atletas do que o limite da sua modalidade e você é apontado como zebra na relação final, uma angustiante convivência com o fantasma do corte acontece diariamente nos treinamentos.
Armador do Flamengo, Rafa Luz iniciou nesta condição a preparação da seleção brasileira masculina de basquete, no último sábado. Menos valorizado do que os seus colegas de posição no grupo, Marcelinho Huertas, Raulzinho e Larry Taylor, o paulista de 24 anos foi cortado às vésperas do Mundial de 2014 e agora é o principal cotado para ser um dos dois dispensados para que se chegue nos 12 nomes que defenderão o Brasil em busca de uma medalha nos Jogos – o outro é o ala-pivô Guilherme Giovannoni.
O técnico Rubén Magnano pretende definir os relacionados até a metade de julho, quando a seleção começará a fazer uma série de amistosos. Até lá, Rafa quer deixar claro que não está em quadra só para ajudar na fase de treinos no Brasil.
– É mais uma situação em que todo mundo já acha que eu vou ser o cortado. Se eu acabar sendo, vai ter sido um prazer ter feito parte dessa pré-lista. Mas eu não vou passear, vou treinar sério para conseguir minha vaga, com certeza – disse o principal articulador de jogadas do Flamengo na conquista do NBB 8, no mês passado.
Rafa sabe que não será nada fácil a disputa com três jogadores que estiveram na campanha do quinto lugar em Londres 2012, sendo que dois deles agora estão na prestigiada NBA (Huertas e Raulzinho). Mas ele espera convencer Magnano que pode ser importante na Rio 2016.
– Sem dúvida, a minha posição é a mais disputada. É uma das mais difíceis para o Rubén decidir. Quem treinar melhor vai acabar indo. Vamos ter aquele respeito de sempre entre os jogadores, mas cada um vai tentar buscar seu espaço. A gente sabe a importância dessa Olimpíada para todo mundo.
O camisa 5 do Flamengo não esconde a ansiedade de seu pai para que o clã Luz possa ver seu terceiro membro disputar uma Olimpíada. O armador é irmão das medalhistas olímpicas Sílvia (prata em Atlanta 96 e bronze em Sydney) e Helen (bronze em Sydney 2000).
– Minha família inteira sonhou com esse momento. É o sonho do meu pai me ver jogando a Olimpíada. Ninguém sabe ainda como o Rubén vai definir a seleção, mas vou treinar forte para ganhar o meu lugar.
Fonte: GE