Corinthians e Flamengo se enfrentam neste domingo, às 16h (de Brasília), em Itaquera. O duelo entre os clubes mais populares do país marca um reencontro importante entre o técnico Cristóvão Borges e o Rubro-negro. Para a carreira do comandante, o trabalho no Parque São Jorge é uma espécie de “última chance” em equipes de massa depois da frustrante passagem pela Gávea.
Cristóvão viu a carreira em risco ao deixar o Flamengo e ser substituído por Oswaldo de Oliveira após menos de três meses de trabalho em 2015. O atual técnico do Corinthians dirigiu o Rubro-negro em apenas 18 jogos – oito vitórias, um empate e nove derrotas. Uma delas, por 3 a 0 para o próprio Corinthians no Maracanã, marcou sua trajetória. Em comum nos dois clubes, ele enfrentou certa resistência desde a contratação.
O ex-auxiliar de Ricardo Gomes é profissional de fino trato, mas lida com críticas no dia a dia por conta do perfil sereno. Ele deixou o Flamengo visto como o ponto de discórdia pela campanha apenas modesta na última edição do Brasileiro. Para o presidente Eduardo Bandeira de Mello, o técnico foi vítima de um “massacre” enquanto esteve no clube. No entanto, Cristóvão jamais demonstrou força para apagar o fogo do caldeirão flamenguista.
O treinador sucumbiu. Torcedores e críticos passaram a questionar se Cristóvão seria capaz de lidar com ambientes desfavoráveis na sequência da carreira. O Atlético-PR veio antes do Corinthians e mostrou um profissional ainda sem o desejado poder de reação, algo que o atual campeão nacional monitora desde os primeiros dias.
Missão de Cristóvão no Corinthians é manter trabalho de Tite nos eixos
Cristóvão foi uma indicação do ex-presidente Andrés Sanchez e agradou pela possibilidade de oferecer características que o clube buscava para o lugar de Tite. Se encaixar à comissão técnica atual, manter o bom relacionamento com os atletas e não fazer mudanças bruscas. Foi por promover tudo isso que Adílson Batista fracassou na sucessão de Mano Menezes em 2010.
A primeira impressão de Cristóvão em duas semanas intensas de Corinthians confirma isso. A equipe tem oscilado dentro dos jogos, mas mudou pouco em relação ao que produzia anteriormente em características de jogo. Para assegurar vitórias contra os lanternas Santa Cruz e América-MG, os corintianos se fecharam à defesa em alguns momentos. Para a direção, vencer após a saída de Tite era uma prioridade.
O convite do Corinthians surpreendeu Cristóvão, que estava distante da lista de cotados, mas ele próprio afirmou que tem em mãos a maior oportunidade da carreira para um contrato até dezembro de 2017. Bem impressionado com a estrutura interna e as interações iniciais com a diretoria, terá um desafio importante neste mês: quatro semanas cheias para aproveitar treinamentos e fazer o time evoluir.
Antes, um reencontro com o pior trabalho de sua trajetória, justamente em um grande clube de cobranças, expectativas e oportunidades. A quase inegável qualidade não se mostrou suficiente na Gávea e já está sendo testada em São Paulo, onde precisará provar que mais do que técnico também pode ser um autêntico bombeiro nos momentos difíceis.
CORINTHIANS x FLAMENGO
Local: Arena Corinthians
Data: 02/07/2016 (domingo)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (Fifa-SC)
Auxiliares: Guilherme Dias Camilo (Fifa-MG) e Nadine Camara Bastos (Fifa-SC)
CORINTHIANS
Cássio; Fagner, Pedro Henrique, Balbuena e Uendel; Bruno Henrique e Rodriguinho; Marquinhos Gabriel, Giovanni Augusto e Romero; Luciano. Técnico: Cristóvão Borges.
FLAMENGO
Alex Muralha, Rodinei, Réver, Rafael Vaz e Jorge; Márcio Araújo, Willian Arão, Alan Patrick e Ederson; Marcelo Cirino e Paolo Guerrero. Técnico: Zé Ricardo
Fonte: UOL
CB como técnico é uma função exponencial ao contrario: começa lá em cima e depois cai em queda livre