A falta de garantias bancárias confiáveis ajudou o Flamengo a tomar a decisão certa, recusando a milionária proposta do Shanghai Shenhua, pelo artilheiro Hernane — o clube chinês tem um perigoso histórico de calotes internacionais. Além disso, se vendesse o Brocador agora, o rubro-negro não poderia contratar outro jogador para substituí-lo nesta fase de grupos da Libertadores.
Hernane é craque? Nem perto disso. Mas faz gols como poucos nos dias de hoje. Diante disso, não há como não reconhecer o seu valor. Aproveito até para fazer uma “mea culpa” pois, confesso, torcia o nariz para o futebol dele, até metade do ano passado, quando desembestou a balançar as redes adversárias e provou sua importância na equipe atual.
Guardadas as devidas proporções, o Brocador representa hoje, para o Fla, algo parecido com o que Nunes, o “João Danado” representava nos áureos tempos de Zico, Júnior, Leandro, Andrade e Cia. Qual o sentido de negociá-lo?
Por mais que financeiramente pudesse parecer um bom negócio, o bom dirigente não pode perder a noção de que os maiores ativos de um clube de futebol são os títulos que conquista, não o lucro que pode apresentar em seu balanço.
É óbvio que em nome disso não se deve cometer desatinos, comprando e gastando muito mais do que as receitas permitem. Mas daí a abrir mão de um goleador que já está no grupo e na folha salarial vai uma distância colossal.
Mais um?
Será Lucas Mugni uma versão argentina do Carlos Eduardo? Ambos tem boa técnica, tratam bem a bola, mas não conseguem render pela incrível falta de disposição em campo. Mugni, é verdade, ainda merece algum crédito, pois acaba de chegar e pouco jogou. Mas a diferença do Flamengo do primeiro para o segundo tempo na vitória sobre o Emelec foi gritante. E aconteceu exatamente porque Jayme tirou Lucas e colocou Gabriel em seu lugar.
Em tempo: continuo a achar que Bagá tem razão e dá pra Alecsandro jogar ao lado de Hernane…
No vermelho
Raposa felpuda do Maracanã confidenciou a jornalistas que os jogos no estádio só dão lucro ao consórcio se o público for superior a 40 mil pessoas e que partidas como Flamengo x Madureira (2.487 pagantes), Botafogo x Volta Redonda (2.981) e até Fluminense x Botafogo (com 13.298) fizeram o consórcio acelerar o plano de enxugar a operação.
O número de seguranças, profissionais de limpeza, orientadores de público etc usado até agora foi um cartão de visitas para impressionar bem os torcedores mas,a daqui para frente, mesmo em clássicos, a quantidade de prestadores de serviços deve diminuir drasticamente.
Digitais
A ESPN Brasil teve acesso a um e-mail do diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, o Carlô, alertando os advogados do Fluminense para a ação que o Flamengo está movendo na Corte Arbitral do Esporte (CAS) contestando a decisão do STJD de lhe punir com a perda de quatro pontos pela escalação de André Santos na última rodada do Brasileiro de 2013 — aquele que ainda não terminou.
Tinha também a assinatura de Carlô o tal contrato de empréstimo de R$ 4 milhões da CBF para a Portuguesa, exigindo que ela desistisse de toda e qualquer ação na Justiça Comum. Em tempo: é notória a paixão do dirigente pelo Fluminense.
Fonte: Blog do Renato Maurício Prado