Crise na Gávea: o Flamengo, vice-líder no Brasileiro e vivo na Copa Sul-Americana, está rachado. Jogadores não entendem quem dá as cartas, e Paolo Guerrero, uma das estrelas da companhia, mostra muita irritação… Calma, rubro-negro. O cenário descrito compõe o ambiente das brincadeiras do elenco. A comemoração do gol que classificou o Flamengo para as oitavas de final da Sul-Americana, marcado por Fernandinho nos 3 a 1 sobre o Figueirense, ilustra a coesão do grupo. O ponta foi sufocado por titulares e reservas nos festejos pela vitória, e o próprio, em papo bem-humorado, contou ao GloboEsporte.com detalhes dos bastidores das viagens e encontros dos atletas. A atuação de Guerrero no videogame ganhou destaque especial.
– Engraçado é ver o Guerrero no videogame. Ele é impressionante. Todos que jogam videogame contra o Guerrero dão muita risada. Você acaba perdendo a concentração, porque ele xinga tudo e a todos. Todo jogador ele acha que tem que ser igual a ele. Acha que é fácil que todos tenham o talento que ele tem e que todos têm que fazer as jogadas que ele faz, segurar a bola como ele segura e fazer os gols que ele faz. Só que ele esquece que ele é quem controla e que não tem a mesma facilidade com as mãos com a que tem nos pés. Aí ele reclama e xinga tudo. Xinga o jogador, xinga o controle, xinga o jogador que está marcando o time dele, xinga a TV e quem está torcendo. Ele apela geral – entregou o jogador de 30 anos.
A rivalidade no entretenimento rubro-negro não se restringe ao videogame. Estende-se a truco, kart e tênis, como você poderá conferir abaixo. Porém Fernandinho também falou sério, abordou as críticas que sofreu, desconstruiu o 4-3-3 enxergado pela maioria dos analistas e torcedores, falou de suas expectativas com o Flamengo e enfileirou elogios a Zé Ricardo, Diego e a um grupo muito unido, sob a ótica do atleta. Leia a seguir.
O Flamengo tem um elenco grande, o que gera forte competição por vagas, mas no seu gol todo mundo correu para abraçá-lo. A impressão que fica é de que o grupo está muito unido. É por aí?
É muito, muito. Acho que isso tem sido fundamental, porque é muito difícil você formar um elenco enorme, com grandes jogadores que seriam titulares em qualquer equipe, e este grupo estar fechado como o nosso, mesmo com muitos jogadores atuando somente às vezes. É muito bacana e realmente tem feito a diferença.
No jogo contra o Atlético-PR, em Cariacica, uma parte da torcida gritou “Tira o Fernandinho”. Como foi lidar com essa resistência da torcida, até porque houve contestação inclusive no ato da sua chegada?
Isso faz parte. Acontecem coisas que te machucam quando há alguma injustiça, mas quando é algo natural, dentro do direito do torcedor de gostar ou não gostar, não há o que reclamar. A torcida do Flamengo tem sido fantástica, tem feito a diferença, principalmente num momento em que não podemos jogar no Rio. Serve de motivação para a gente continuar trabalhando focado nos objetivos de ajudar o Flamengo e de buscar meu espaço. Eu não ouvi isso, o que foi até melhor. As coisas boas a gente deve escutar, e as que possam te fazer mal você tem que deixar entrar por um ouvido e sair pelo outro.
Não ouviu o coro contra você, mas certamente escutou a história do “cheirinho de hepta”. Como lidar com essa euforia da torcida?
Rapaz, eu tenho escutado isso, viu? Esse cheirinho de hepta tem sido bastante falado, mas uma coisa que não podemos perder é o nosso foco. A euforia da torcida é algo normal, até porque, graças a Deus, temos evoluído. A ideia que o treinador nos passa tem dado certo. Apesar das viagens, temos superado tudo isso e melhorado a cada dia.
Mais um reflexo da união foi a foto postada pelo Diego ao seu lado, do Everton e do Jorge com a pergunta: “Vai um golaço aí?”. Como é para vocês ver um jogador consagrado chegar no mesmo ritmo que vocês de brincadeira e se entrosar tão rapidamente?
Eu vi ele naquela era do Diego e do Robinho em que o Santos formou um timaço. Sempre fui muito fã do futebol dele, e o que me impressionou foi o Diego ver jogando da mesma forma que jogava no Santos. Ganhou mais experiência, mas a determinação, vontade e a dinâmica do jogo do Diego continua como se tivesse a mesma idade da época em que começou no Santos. O profissionalismo do Diego tem nos ajudado bastante. A humildade dele impressiona muito. A forma com que o Diego trabalha constrange a companheiros que por algum momento relaxam.
Quem é o fera do elenco?
O Adryan é bom, acho que o Cuéllar é o melhor. O Rodinei também é muito bom, tem o Ronaldo, o Léo (Duarte)… A molecada é boa. Quando eu chego e pego três partidas consecutivas, coloco dificuldade. Me ponho entre os melhores, eu brigo na parte de cima da tabela.
E o Guerrero?
O Guerrero está da intermediária para baixo. Ele está na briga constante para sair da zona do rebaixamento, o negócio dele é a preocupação com o Z-4.
No tênis quem é o melhor?
O Mancu é muito bom. Já jogo há mais tempo, então quando pego os que jogam há pouco tempo, eu não respeito. Atropelo. Esse é meu lema, mas o Mancu dá trabalho, o Adryan também. Rodinei está fazendo aula constante, Márcio Araújo e o Arão… Também tem outra parada: o kart. A rivalidade está muito boa, só que o Diego não foi na última. Eu entendo, porque ele estava procurando casa, mas o Paolo, que também faltou, foi migué. Outra parada é o truco no avião.
E como é a rivalidade no truco?
Têm algumas duplas que já estão formadas, mas um tenta atropelar o outro. A minha dupla era o Alan Patrick, mas aí chega o Juan, com toda sua experiência, e toma o Alan de mim com uma facilidade impressionante. Beleza… Daí, estou lá sem ninguém, e Mancu chega.
O Mancuello sabe jogar truco?
Sabe. Quando ele chegou disse que não sabia, só que o Mancu é muito malandro e aprendeu rápido. Ele rouba até a ele mesmo (risos). Têm o PV e o Damião, uma dupla que não vive um bom momento, tem tomado várias cacetadas e daqui a pouco vai entrar na zona de rebaixamento. Têm Diego e Rodinei, uma dupla que tem vivido momentos de crise e pode qualquer momento se separar, até porque joguei um amistoso com o Diego, e ele gostou. O Rodinei a qualquer momento pode cair.
Você está sem dupla então?
Eu estou com o Mancu, só que ele ficou um pouco chateado porque me viu jogando com o Diego. Então está uma confusão, cara… Estamos tentando acertar e formar as duplas. A única dupla que não pensa em mexer é a do Réver e a do Vaz. Têm várias duplas em que os jogadores não estão felizes uns com os outros.
Onde a rivalidade é maior: no truco, no videogame, no tênis ou no kart?
No truco, nas outras você tem que ter um tempinho de folga para não atrapalhar o treino.
Você se disse bem ranqueado no videogame. Em qual você está melhor?
No kart bem, no truco bem, no videogame bem…
É, no futebol! Cara, mas eu quero escolher uma: espero estar bem melhor no futebol. Nas demais eu vou lutar para estar melhor, mas meu foco é futebol. Só que eu não quero perder nas demais, não, e me preocupar com Z-4. Z-4 é para PV, Damião, para o Guerrero no videogame. No treino da terça-feira, o Zé estava trabalhando o time que ia jogar. Na segunda parte, ele me colocou, e teve uma jogada idêntica. A única diferença é que um foi peito de pé e o outro foi de bico. O Rodinei estava me zoando, e eu consegui fazer a jogada em cima dele. Ele tava tirando onda porque deu um tapa na frente, e eu não consegui pegar. Aí falei: “Ô, Rodi, o meu foi mais importante porque saiu o gol. No teu, você deu o tapa, mas saiu com bola e tudo”. Tem zoação em tudo, você não pode dar uma brecha. Grupo bom é isso.
Vamos voltar a falar sério e de futebol. Você jogou a maior parte da carreira pela esquerda – o gol contra o Figueira saiu com ele por aquela faixa de campo. Tem preferência pela esquerda ou qualquer lado está vale?
Eu sempre joguei na maior parte da minha carreira pelo lado esquerdo. O lado direito sempre foi uma adaptação, porque nunca fiquei muito tempo por ali. O maior tempo tem sido no Flamengo. No São Paulo, mais lado esquerdo. No Al-Jazira e no Barueri também. No Atlético, eu tinha mais liberdade, porque eu jogava de um lado, e o Tardelli do outro. Como ele se movimentava bastante, trocávamos de lado. Aqui onde estou tentando me adaptar, mas o lado direito é uma posição boa. Leva um tempo para se adaptar, corrigir algumas coisas, mas demora a adaptação.
Num momento de muitas críticas a você, o Zé Ricardo te deu muito apoio. Como encara isso e a entrada dele, já que foi uma surpresa e não havia treinado times profissionais ainda?
Onde esse Flamengo pode chegar no fim do ano?
Para a gente manter essa pegada, bons jogos e atuações e em momentos adversos conseguir reverter, é preciso muita humildade e pé no chão. O Rodrigo (Caetano) sempre fala em praticamente todos os jogos, quando ganha ou perde, que nós encontramos uma maneira de jogar. O Zé Ricardo montou um estilo de jogo, e nós abraçamos: com determinação, foco e transpirando bastante. O Rodrigo detectou isso analisando de fora. Eu concordo com isso, e o Zé Ricardo também. É transpirando, é indo em todas as jogadas, como aconteceu no jogo de ontem (contra o Figueirense), principalmente quando eles fizeram um gol tão cedo, o que foi muito bom para eles e muito ruim para nós. Jogando como Flamengo, com a cara do Flamengo.
E como é isso de jogar com a cara do Flamengo?
Uma coisa é você jogar como Flamengo e ao mesmo tempo não se descuidar da parte defensiva, e isso o Zé tem treinado muito. Continuamos jogando como Flamengo, indo para cima. Mas nós temos que saber que todo time que joga para frente vai deixar uma área perigosa, frágil. O Zé tem trabalhado muito nisso.
Prova disso é que vocês, os pontas, voltam a todo momento para marcar. Por isso que o Zé Ricardo não larga o 4-3-3, certo? Apesar de virar um 4-5-1 quando são atacados.
A maioria das pessoas acha que jogamos no 4-3-3. Não é. A gente joga no 4-2-3-1. São os quatro atrás, dois volantes, o meia, os dois pontas e o centroavante. Sem a bola, na maioria das vezes no 4-4-2. Têm os quatro de trás, e os dois pontas têm que formar com os dois volantes a segunda linha de quatro. Às vezes, numa ocasião necessária, forma a linha de cinco (no meio). Entra o Diego ou Alan ou o Mancu, e fica só Guerrero ou Damião ou Vizeu na frente. Por exemplo: o ponta foi fazer a jogada na frente e não conseguiu se recuperar. Aí volta o Diego ou Guerrero ou o Damião. Isso já aconteceu várias vezes, e o ponta volta respirando.
Fonte: GE
Já virou idolo.
Para quem teve tempo pra ler até o fim como eu deve ter chegado a conclusão de que esse título é nosso. Quando os jogadores jogam pelo esquema tático, comprometidos, é difícil de não dar certo (mesmo com jogadores de qualidade duvidosa).
É isso aí, NO PAIN NO GAIN. Rumo ao Hepta! SRN
Salários em dia… grupo unido… veja q ele falou sobre as viagens… tema da era Muricy… mas com o grupo fechado… com certo revezamento… com todo mundo se sentindo importante… tudo fica mais fácil
E tem gente que cisma em meter malho em certos jogadores… &;-D
Gostar de A ou B é normal… preferencias todos temos…
Boa entrevista. O elenco tá unido e sem panelinha, diferente do que acontecia até recentemente. A FlaTV deveria mostrar mais dos bastidores, momentos de descontração, aproveitar o clima bom. Um dos motivos da TV dos Santos ser considerada a melhor entre os clubes é que eles interagem muito com os jogadores, não fica aquela coisa engessada de só mostrar o trabalho e entrevistas protocolares.
Elenco todo junto… inclusive o Paulo Vitor? &;-D
Viu a comemoração dos gols no último jogo? Isso responde sua pergunta.
Não vi. Obrigado. &;-D
Inclusive Sheik, que comemorou muito com os outros jogadores tambem!
Muito legal esse clima de amizade e companheirismo. Estão todos lutando por um só objetivo: Fazer o Flamengo vencer. Tanto é que um cara conhecido como o Diego que já foi destaque em campeonato brasileiro, alemão e fez golaços em Champions League se mostta um cara humilde e quando faz gol vai comemorar lustrando a chuteira do Pará. Eu to gostando muito do Espírito do grupo. Agora é nos prepararmos para 4 jogos: Ponte (casa), Vitória (fora), Palmeiras (fora), Figueira (casa). Muito cuidado no jogo contra a Ponte que é um adversário perigoso, empatou com palmeiras fora e ganhou do corinthians, sem contar do empate com o Atletico em Minas. É ter foco pq esse jogo contra a Ponte será dificil. Vencer esse jogo é fundamental. O Palmeiras tem classico com o SP, e classico tudo pode acontecer, vide o proprio Flamengo que com times melhores perdeu para o Flu (com falhas individuais) e empatou com o Botafogo (depois de ter os 3 pontos na conta e está vencendo de 3 a 1). É como o próprio Zé Ricardo tem falado: temos que está no bolo e pensar num jogo de cada vez. No final é que a arrancada é importante.
velho, o Mancuello rouba até ele mesmo! rachei aqui! Mas é bom saber que o grupo se respeita. Isso é fundamental por essas bandas.
Que continue feliz, entrando no segundo tempo e decidindo jogos para o Flamengo.
Nunca critiquei!
4-2-3-1, o meu esquema preferido! &;-D
A FLATV poderia mostrar o Guerrero jogando videogame.. até imagino como deve ser.. kkkkkkkkk
Quem não tem um amigo assim, igual o Guerrero? Kkkk
kkkkkkk né o que moss
Chuta até minhas pernas simulando um chute na TV kkk.
Ia ser sucesso!!
A diferença do Guerrero desse ano pro outro é bem visível ele parece finalmente ambientado ao time e ao Rio .. Antes vi uma reportagens que ele ainda não tinha feito muitas amizades no Rio como era em SP e agora já é diferente tem amigos dentro e fora de campo muito bom
É eu tô passando a mudar o discurso sobre o Zé … Invés de cobrar ele certos jogadores, vejo que ele roda o elenco, não existe time titular e sim jogadores pra determinadas partidas e situações, o que acaba sendo muito bom, dá várias opções técnicas e táticas ao time sem ficar com uma forma só de jogo e todo mundo jogando. E acredite esse pode ser o nosso diferencial aos demais.
Podia entrevistar o Sheik e perguntar como era o grupo em 2009…. Aí ele fala…Baile na favela, cachaçada no Barra Music, porrada em mulher, mas ganhamos.kkkkkkkk…Agora só tem santo…kkkkkkkk
aushuahsuhas eu só acredito pq vivi pra ver
Kkkkkkkkkkkk falta o bruno Assassino
Nunca critiquei esse esterco, bela entrevista!
Kkkkkkk