As torcidas organizadas não deixarão de existir. Podem colocá-las na clandestinidade, proibi-las, vetá-las, mas elas continuarão lá. Tentativas anteriores comprovaram tal tese, na prática. E a existência delas não é o problema, mas sim no que se transformaram. Beira a ingenuidade o discurso que simplifica o debate sobre ações violentas que envolvem torcedores exigindo a extinção das facções como se fosse esse o antídoto infalível.
Organizações criminosas não são permitidas pela justiça, claro. Mas existem. Partidos de esquerda eram proibidos nos anos de chumbo. Mas mesmo com a violência, com a sanha assassina da ditadura, eles seguiram atuando. Assim como organizações que aderiram à luta armada para enfrentar a força militar que se apossara do país. A história mostra que apenas proibir, tornar ilegal, não basta para impedir a formação de grupos, não importa o perfil.
As torcidas organizadas eram e poderão voltar a ser positivas para o futebol. Elas levam as bandeiras, os instrumentos, o papel picado, comandam a festa nos estádios. São esses grupos que puxam os gritos de incentivo e tornam a arquibancada mais do que uma platéia. Fazer com que voltem a ser assim deveria ser o objetivo fundamental de todos os que cercam o futebol. Como? Trabalhando para que os envolvidos em ações violentas e os líderes ligados a atividades criminosas sejam afastados definitivamente. Questão de polícia e justiça.
O título deste post tem explicação. Clique aqui, leia o texto publicado neste blog há quase 12 meses e entenda. Quanto à invasão do Centro de Treinamentos do Corinthians, que tal lembrar que torcedores não precisam estar ligados especificamente a tais absurdos? E que já protagonizaram espetáculos reais, como no vídeo abaixo…
Fonte: Blog do Mauro Cezar Pereira