Estive fora da cidade um tempão. Hoje fez sol e fui dar o santo rolê nos arredores da minha humilde residência. Em qualquer esquina que eu paro, em qualquer pé-sujo em que eu entro, parece que acabou aquele negócio de oi, oba, olá, e aí. A pergunta é sempre a mesma, feita em forma de saudação. A única coisa que os bem vestidos dizem ao se encontrarem é: – E o Mengão? Vai?
Acho que sozinho o Mengão não vai a lugar nenhum. Por isso trato de responder sempre no plural: – Vamos! Os mais sensatos quase sempre retorquem com algo do tipo: –Temos que matar o Santa Cruz! Concordo, é uma pena, mas se vovó tem que morrer, que morra a querida vovó. No atual nível de disputa em que o Flamengo se encontra o Santa Cruz simplesmente não pode ser um problema.
Não sou daqueles que acham que o Flamengo perdeu ponto no Morumbi. Não viajo, em clássico, fora de casa, o ponto do empate, pro visitante, sempre será ponto ganho. Nós estamos perseguindo, mas não esqueça que o objetivo primário é permanecer vivo. O que significa não perder os jogos. A distância pro líder é ínfima, e o nosso bafo continua umedecendo o cangote suíno. Já, já eles vão derrapar numa dessas curvas e precisamos estar bem colocados. Quando os caras olham pra trás eles só veem a gente. Deve ser assustador.
O que também assustou bastante foi o melê que a Conmebol promoveu na Libertadores. Tem coisa mais república bananeira que essa mudança das regras enquanto o jogo ainda está rolando? Uns dirão que foi golpe, outros dirão que foi para o bem de todos e sempre haverá o acaciano de plantão para nos lembrar que, a exemplo de 64, tudo estava previsto na Constituição. Mas a Libertadores virou zona e, consequentemente, zoneou o Brasileiro, que agora não tem mais G4 e sim um ridículo G6, podendo chegar a G7. Na boa, hoje é muito mais difícil entrar na Primeira Liga do que na Libertadores.
Mas essa má ação da Conmebol encerra uma benesse: agora pelo menos vai acabar essa palhaçada de comemorar vaga pra outra competição como se fosse título. Nada contra as equipes de menor investimento, mas isso é coisa de time pequeno. Com essa nova realidade da competição continental uma coisa é certa: o Flamengo agora tem mais obrigação do que nunca de jogar essa porra de Libertadores todo ano. Sem esquecer que na nossa tradição vermelha e preta só ganhamos a Libertadores quando nela entramos pela porta da frente, como legítimos campeões brasileiros. Ou seja, o Hepta é obrigação também.
Pra ser Hepta temos que jogar mais bola do que andamos jogando. Isso é com os jogadores. Mas pra ser Hepta também precisamos continuar tocando o terror. A pressão psicológica não pode diminuir. Isso é com a gente. Nesse campo do conhecimento humano a entidade beneficente sem fins lucrativos torcida do Flamengo é insuperável. O fato de sermos os melhores do mundo nisso não nos exime do compromisso de continuar remando. Só faltam 10 jogos, é hora de ir com tudo pra cima de qualquer um. Mas, olha aí, ir pra cima de qualquer um apenas no campo das ideias.
É muito chato quando os idiotas que se abrigam na nossa torcida, uma imposição demográfica, saem na porrada entre si em jogos de basquete que não valem absolutamente porra nenhuma. Mas quando se dedica a torcer, ocupar espaços e se multiplicar, a torcida do Flamengo é assombrosa. Como quando dá demonstrações altissonantes de domínio e relevância nacional ao lotar o Pacaembu, lá na ponta feia da Dutra, como nem os primos pobres de São Paulo conseguem mais fazer. Que torcida, amigos. Que torcida.
Então tá combinado, se alguém bem vestido te perguntar se o Mengão vai, faça como os nubentes Francisca e Bruxolobo, responda: – Vamos juntos até o fim!
Mengão Sempre
Arthur Muhlenberg
Fonte: Blog República Paz & Amor
Vamos!
Vamos
Muhlenberg sempre mandando bem!
Tamo junto!
Ooooolha quem apareceu, o grande Arthur. Desde que parou de escrever na pagina do Fla no Urublog não tenho mais visto suas colunas. Espero que escreva aqui sempre. Vamos Juntos… Hoje tem mengaooooo
Esse cara é um poeta rubro-negro. TodOs os seus textos são simples mas ao mesmo tempo magico. Gostoso de Ler. Realmente sinto falta das suas postem Dr. Muhlenberg… E pelo jeito que você escreve, aposto que você tb sente falta de escrever !! Vamos juntos ! Rumo ao Hepta !!
Dá gosto de ler os textos desse cara.
Como sempre o mestre da literatura flamenga mandando muito bem. Vamos juntos! SRN