Lucas Andrés Mugni, 22 anos, 1.82m, canhoto habilidoso, é um típico meia de ligação (enganche) made in fútbol argentino.
Lucas Mugni disputou 75 partidas pelo time profissional do Colón de Santa Fe: 53 jogos como titular e 22 saindo do banco de reservas. Marcou 6 gols e ganhou continuidade a partir de fevereiro de 2012 (no torneio Clausura), quando passou a ser dirigido pelo técnico Roberto Sensini.
Mugni é do tipo encarador, ou seja, parte pra cima, busca o drible, a finta. Ele também recua para carimbar a bola na transição ofensiva, capitaneando contragolpes buscando acionar os companheiros com lançamentos de 30, 40 metros. Quando já recebe a pelota na intermediária contrária gosta de efetuar arremates de fora da área e principalmente, protagonizar o chamado “último passe”. No Colón de Santa Fé, Lucas Mugni também era o protagonista nas cobranças de escanteios e faltas (em dois lances) pelos lados do campo ofensivo. Assim, marcou um dos seus 6 gols.
Mugni chegou ao Colón com 10 anos de idade e por duas vezes quase desistiu do sonho de tornar-se um jogador profissional. Aos 14, quando chegou a ficar de fora até do banco de reservas em várias ocasiões, e depois, quando o técnico Fernando Gamboa lhe sacou do elenco profissional. Com o apoio moral do zagueiro Ariel Garcé, dos pais (Miguel e Beatriz), de seus quatro irmãos (Veronica, Javier, Juan e Luís), de Rubén Rossi, coordenador das divisões inferiores e dos treinadores pós Gamboa (Mario Sciacqua e Roberto Sensini), Lucas Mugni encontrou o estímulo necessário para buscar e esperar novas e melhores oportunidades no time principal do Colón.
Em 02 de maio de 2010, com a camiseta 40, Lucas Mugni debutou no futebol profissional argentino ao substituir Ricky Gómez na volta do intervalo da partida frente ao Atlético de Tucumán (empate em 0 a 0), na 17 rodada do torneio Clausura. Naquela oportunidade o técnico do Colón de Santa Fe era Antônio “El Turco” Mohamed.
Entendo que entre 2010 e 2013 o melhor momento de Lucas Mugni se deu no segundo semestre de 2012, dentro do torneio Inicial argentino e da Copa Sul-americana. Também, o melhor momento do Colón de Santa Fe nos últimos anos.
O Colón sustentou uma invencibilidade nas 6 primeiras rodadas do campeonato argentino (figurou na liderança em duas delas e terminou no décimo posto) e obteve duas vitórias (3×1 e 2×1) contra o Racing Club na Copa Sul-americana. Resultados que garantiu ao Colón vaga nas oitavas de final, fase em que foi eliminado pelo paraguaio Cerro Porteño.
Em novembro de 2012, quando o Peixe procurava um bom nome para substituir Paulo Henrique Ganso na temporada seguinte, Muricy Ramalho tornou público o interesse do Santos pelo futebol de Lucas Mugni:
“Recentemente a gente foi atrás do camisa 10 do Colón da Argentina, um jogador de 20 anos, participou do Superclássico agora. Um cara com nome esquisito. Mas a gente soube do interesse do Milan e teve de desistir. Não dá para competir”.
Mugni já mostrou que é um meia talentoso, porém, atuações sem brilho, irregulares, marcaram o seu futebol no ano passado. O que é normal para um jogador de 22 anos e também porque o “Colón 2013” (17º no Final e último no Inicial) não colaborou muito com o futebol do jovem enganche, que em novembro chegou a rebater na mídia, críticas que recebeu de parte da torcida sabalera.
Portanto, Lucas Mugni ainda deve ser encarado como uma boa promessa que precisará receber da comissão técnica do rubro-negro carioca uma satisfatória sequência de jogos para que possamos identificar, diagnosticar se a sua qualidade técnica é suficientemente resistente para sustentar boas atuações com prazo de validade generoso, como já constatamos, por exemplo, em nomes como Ariel Ortega, Pablo Aimar e Juan Román Riquelme.
Perfil tático
Lucas Mugni pode atuar tanto a partir dos lados do campo em um 4-4-2 ou 4-2-3-1, como também, da meia esquerda em um 4-3-3, ou ainda, a partir da faixa central do gramado dentro de um 4-3-1-2 ou 3-4-1-2 para ser o principal nome de equipe a tramar tabelas, triangulações e assistências em cada palmo de campo do setor ofensivo.
Colón de Santa Fe
No 4-4-2 do Colón dirigido por Roberto Sensini, Mugni costumava ter o lado esquerdo da segunda linha de 4 como o seu posicionamento de referência. A partir dali, tinha bastante liberdade para se movimentar por outros trechos da cancha, principalmente, quando sua equipe era a detentora da posse de bola. O ex-camisa 10 do Colón buscava um posicionamento mais adiantado que os outros 3 volantes sabaleros e logo atrás da dupla de ataque, configurando uma variação para o 4-3-1-2 durante a transição ofensiva do Colón.
Flagrante tático do 4-4-2 proposto pelo Colón nos 3 a 1 que aplicou no Racing Club, em partida válida pela Copa Sul-americana 2012.
Flamengo
Sugerindo uma formação titular e o sistema tático 4-3-3 para o Flamengo 2014, Lucas Mugni atuaria a partir da meia esquerda.Sem a bola, um 4-1-4-1 (com recuos de Everton e Paulinho) como variação ao 4-3-3 de referência:
Baseado na possibilidade da permanência do volante Elias no elenco do rubro-negro carioca, sugerimos a escalação de Lucas Mugni pelo lado esquerdo da linha de três meias em um 4-2-3-1:
Fonte: Futebol Argentino