Familiares e amigos de longa data resolveram se reaproximar de Camacho nos últimos dias. Em meio a treinos, viagens e momentos de descanso, o volante do Corinthians respondeu mensagens e falou com pessoas com as quais não tinha contato há certo tempo. Elas tinham algo em comum, como conta o jogador.
– Rapaz, essa semana foi pesada. São muitos pedidos de camisas e ingressos e não estou conseguindo atender a todos – ele afirma, rindo.
Não é para menos. Nascido e criado no Rio de Janeiro, Camacho é cercado desde a infância por torcedores do Flamengo, adversário do Timão neste domingo, pela 32ª rodada do Brasileirão. Alguns dos conhecidos estarão no Maracanã acompanhando a partida. Entretanto, para manter o bom relacionamento, é melhor não perguntar para qual das equipes eles estarão torcendo…
Já o volante, apesar de grato ao Rubro-Negro, clube que defendeu por nove anos e que o revelou para o futebol, não quer nem saber de “cheirinho de hepta” ou da briga pelo título. Sonhando com uma vaga no G6, o jogador corintiano mira a vitória e, quem sabe, a realização de um sonho: fazer um gol no Maraca.
Camacho tem inúmeras recordações do lendário estádio, mas nunca conseguiu estufar as redes. Atuando à frente da zaga alvinegra, a missão ficou ainda mais difícil agora, mas nem por isso ele deixa de acreditar.
– Cheguei a fazer gol só na base, no profissional nunca marquei. Joguei pouco lá, depois que subi para o profissional do Flamengo fui emprestado várias vezes… Mas vou tentar. Seria um sonho! – diz o volante, que já fez 15 jogos pelo Corinthians desde que foi contratado, em maio, e ainda não balançou as redes.
Esta será a primeira vez que Camacho enfrentará o Flamengo e também será sua estreia no Maracanã depois que o estádio passou por reforma, concluída em 2013.
Quando subir pelas escadas que dão acesso ao gramado do Maior do Mundo, certamente ele se lembrará do dia 15 de julho de 2009, quando ali estreou como jogador profissional. Embora hoje mais experiente, aos 26 anos, o camisa 29 do Timão reviverá sentimentos que teve há sete anos.
– Todo jogador tem frio na barriga quando o estádio está lotado, mas aquele dia tive mais. Agora, será especial mais uma vez. Nunca joguei contra o Flamengo, então será mais marcante ainda. Estou louco para voltar e ver o Maraca de visual novo – diz.
BATE-BOLA com CAMACHO
VOLANTE DO TIMÃO, AO L!
Você voltará ao Maracanã, estádio no qual fez seu primeiro jogo como profissional. Quais suas principais recordações de lá?
O que eu tenho guardado na minha cabeça foi a minha estreia, contra o Palmeiras. Foi até o Cuca que me lançou. Eu tinha 19 anos. Lembro de tudo, a entrada em campo, a torcida… Foi um grande jogo, levarei esse jogo comigo para sempre.
O Flamengo acabou não te aproveitando tanto. Esse reencontro serve para você mostrar o talento que eles desperdiçaram?
Não tem desejo de mostrar nada, só tenho que agradecer ao Flamengo, fiquei lá nove anos, é uma página virada na minha vida, mas tenho muito carinho e respeito pelo clube.
Quais as principais diferenças que vê entre Corinthians e Fla?
São as duas maiores torcidas do Brasil, mas aqui a cobrança é mais séria. Quando eu estava no Flamengo, a estrutura era muito mais precária, agora eles estão se reestruturando, pagando em dia…Eles também estão com esse pensamento mais sério. São dois clubes gigantes e duas torcidas maravilhosas, cada uma do seu jeito.
Você chegou no meio do ano e já se firmou como titular. Esperava isso em tão pouco tempo?
Cheguei aqui com um elenco fortíssimo, sabia que não seria tão fácil e tentei me preparar o máximo possível para quando entrasse dar conta do recado. Estou jogando mais recuado e tentando me adaptar.
Como está a adaptação?
Sou segundo volante de origem, mas nesse esquema estou me sentindo bem e tentando melhorar a marcação.
Fonte: Lance
O Camacho era o 10 e grande articulador daquela geração de juniores. Bom cobrador de faltas. Foi recuando, recuando e está hoje como volante.
Será que essa poderia ser uma alternativa ao se olhar com mais cuidado para as divisões de base? Será que não seria interessante o Flamengo começar a formar jogadores no estilo do Tony Kroos, Ivan Rakitic, Xavi, Juninho Pernambucano, etc? Será que essa transição jogando de volante com habilidade, bom passe e a disposição da juventude não faria parar/acabar o peso histórico da 10?
SRN
Mais um jogador nosso que não soubemos aproveitar.