A parte chata do início do ano esportivo é a espera pela apito inicial. É sempre muita especulação, muitas possibilidades e muita demora na concretização das novidades. No futebol carioca, até que os últimos dias foram agitados, especialmente com a apresentação de Dario Conca no Fluminense, e os acertos da dupla Fla-Flu com Elano e Walter. Até dia 18, quando começam os Estaduais, ainda pode (e deve) haver contratações e acertos de rumo. Mas num rápido balanço, até aqui nem Fla, nem Flu, nem Botafogo foram ao centro de seus problemas, às soluções mais urgentes.
Qual o grande problema rubro-negro em 2013? A criação, o tal camisa 10. Até aqui, o problema continua. Elano é importante pela experiência (já jogou Copa do Mundo, é bom lembrar), pela precisão na bola parada, algo que o time também não tem há muito tempo. Mas não tem mais força (e, vá lá, talento) para ser “o” cara, para ser o responsável por fazer o time jogar. Pelo andar da carruagem, essa tarefa cairá para Everton, o que já seria um avanço infinito com relação a Carlos Eduardo.
Qual o grande problema do Fluminense, há alguns anos? A defesa. O time sempre monta bons times da cabeça-de-área em diante. Mesmo em 2012, quando foi campeão brasileiro com Abel, é bom lembrar que o goleiro Diego Cavalieri foi uma das maiores figuras do campeonato. Ou seja: Conca e Valter são ótimos reforços, mas o problema principal continua pendente.
E o Botafogo? O time, por melhor que tenha sido a temporada, penou com a falta de um centroavante, uma referência de área. Até aqui, Jorge Wagner e a possibilidade de um caminhão de volantes (primeiros e segundos) mantém a segurança do time, mas falta acertar o principal problemas. Já a grande dúvida (não dá, ao menos por enquanto, para chamar de problema) é qual é o tamanho de Eduardo Húngaro para estrear na carreira numa Taça Libertadores. A conferir.
Deixei o Vasco por último porque não há um problema principal. O time que terminou 2013 era muito fraco, tanto que conseguiu ser rebaixado com ou sem Tapetão. Pelo menos conseguiu resolver, enfim, um dos grandes problemas, talvez o que tenha arrancado mais cabelos da torcida, que era o gol. O uruguaio Martin Silva tem talento e peso para se impor, seja na divisão que for. Aranda também dá consistência ao meio-campo, e deixa o time com boas perspectivas se o futuro imediato for a Série B. Qualquer coisa além disso significa que ainda há muito a construir em São Januário.
Fonte: Entre as Canetas