Segundo jogo, mais uma vitória sem drama. Algo atípico no retrospecto recente do Flamengo. Desde 2008 não começávamos o ano tão longe de esbarrar no tropeço. Desde 2008, também, não sofremos uma derrota tão dolorosa quanto aquela que nos tirou da Libertadores. Nada de ligar o alerta. Que aproveitemos o bom início para melhorar ainda mais, e que as feridas daquela noite trágica nos deem o traquejo necessário para não passarmos por aquilo de novo. A expectativa está cada vez mais alta, fruto – também – do que temos visto em campo.
O Flamengo da quarta-feira, contra o Macaé, foi melhor que o Flamengo do sábado, contra o Boavista. A começar pela única mudança entre os titulares. Dessa vez sem cãibra no intestino, Éverton pôde jogar, deixando Adryan no banco. Foi bem, como os 3 companheiros de frente.
Guerrero segue se movimentando bastante. Novamente atormentou a defesa, só que dessa vez conseguiu interagir com os homens de lado desde o primeiro tempo. Éverton e Mancuello apareciam pro jogo, dando mais opções a Diego e, assim, dividindo com ele a responsabilidade de criar. E tão aí os destaques positivos da partida: Diego, que começou a jogada terminada no pênalti sofrido e convertido por ele mesmo; Mancuello, que deu 2 passes pra gol, embora não tenha acertado em cheio nenhum deles; e Éverton e Guerrero, os dois mais regulares, mais participativos.
E os destaques negativos, aonde estão? Também aí, em Guerrero e Éverton. 30 minutos do segundo tempo, 3 a 0 Flamengo e Éverton conseguiu ser expulso. Não pode! Não que vá fazer falta contra o Nova Iguaçu; mas se o adversário seguinte fosse o Fluminense, faria. E, muito provavelmente, se o adversário seguinte fosse o Fluminense, Éverton não teria deixado de dar a esticada de braço que lhe causou o segundo amarelo.
O mesmo vale pra Guerrero. Com o placar ainda zerado, ele driblou o goleiro e o juiz apitou. Jogada parada, impedimento. Qual a atitude do peruano? Chutar a bola pro gol. A reação de Guerrero deu a entender que fez isso pra mostrar que a posição era legal, como se o ato de marcar provasse alguma coisa. Destempero, infantilidade.
Cartão imbecil irrita demais, mas a verdade é que é dificílimo ficar realmente irritado com algo depois de um 3 a 0 sobre o Macaé na segunda rodada da Taça Guanabara. Críticas, porém, são quase sempre necessárias. Têm a importante tarefa de manter a soberba longe de nós. O que não pode acontecer agora é nego sair cantando “cheirinho de bi” por causa de vitória em campeonato estadual.
Ademais, Zé Ricardo também merece seus elogios. O time que treinou jogou bem. De uma forma ou de outra, criou chances de gols, convertendo 3 delas. No segundo tempo, o treinador trocou Mancuello por Cuéllar. Pôs o Flamengo pra jogar com 3 volantes, algo que – certamente – se fará necessário em momentos da temporada. Repetiu a dobradinha Pará e Rodinei pela ala direita, uma dupla que poderá ser um trunfo quando precisarmos de gols e velocidade. Testou. E é justamente pra isso que esses jogos do Carioca servem: para que Zé Ricardo possa testar a equipe, no intuito de fazê-la alçar voos do tamanho do Clube de Regatas do Flamengo.
O que, por enquanto, está difícil de testar é a nossa defesa. Partidas como essa contra o Macaé são inconclusivas. No primeiro tempo, Rafael Vaz e Rômulo erraram passes que um time mais qualificado poderia ter aproveitado melhor. Mas não dá pra saber. Sigo na torcida pela rápida recuperação de Donatti pra que ele possa jogar e – tomara – se provar um bom zagueiro. Aí é coisa do blogueiro (espero que não só dele), mas continuo sem a confiança de que Réver e Vaz formam uma boa dupla de zaga pra Libertadores da América. Outro fator preocupante é o goleiro reserva. O nosso, por enquanto, não conhecemos. Futebol profissional é outra história e Thiago ainda não fez uma partida desde que subiu da base.
Provavelmente não para Thiago, mas para a defesa o primeiro bom desafio virá no próximo meio de semana. Pegaremos o Grêmio, pela estreia da Primeira Liga, ainda em local indefinido. Até lá, ainda haverá o Nova Iguaçu no caminho, no próximo sábado.
Que seja que nem ontem: com vitória, testes e com um Flamengo mais forte que o de dias atrás.
Marcos Almeida
Fonte: Nosso Flamengo
É impressionante como o Éverton, apesar de ser muito útil ao Flamengo, anula as jogadas dos laterais. Isso acontecia com o Jorge e ontem acontecei com o Trauco. Quando o Éverton não jogou, o Trauco apareceu mais no jogo. Acho que embola muito o lado esquerdo
então, eu tava ouvindo um comentário do jogo ontem, feito pelo Guga da Radio Fluminense e ele falou exatamente isso. Esses meias-pontas precisam cortar pro meio para abrir espaço para os laterais. O Mancuello tá fazendo isso até que bem, o Everton ainda não.
O Everton não vai fazer, pq não tem técnica pra isso. Não sei de onde essa insistência nestes meias – pontas que só recompõem bem e mais nada.
Custa colar jogadores que fazem mais do que isso em campo?!
relaxa , o conca vai fazer isto bem, além do berrío…everton deve ser banco resto da temporada
Deus te ouça!
Everton foi de uma irresponsabilidade que nem dá para comentar. Guerrero merece uma chamada no saco. Não é a primeira dele. Isso pode prejudicar o Flamengo. Dois irresponsáveis.
Perfeito o texto!
Hora de por a molecada para jogar contra o Nova Iguaçu, uhuuuu, incluso o Thiago.
Boa análise. Outra coisa que me chamou a atenção foi a melhora do Trauco no setor defensivo (ainda precisa melhorar mais, o que ocorrerá com o tempo). Credito isso ao ponta esquerda do jogo em questão, Éverton, que auxilia muito mais na marcação do que o Adryan.
O Macaé não é parâmetro.
Não é por que o FLA ganhou, mas se tivesse perdido certamente seria…
Everton faz parte do mesmo time de Cirino e Gabriel pra mim, jogador limitadissimo, ja era pra ter saido do time titular faz tempo.
Mas quem estaria no lugar dele? Agora com a chegada do Berrío, natural que seja reserva. Mas ontem ele não foi mal. Deu a assistência para o gol mal anulado do Guerrero; tabelou com o Guerrero e deu o passe por cima para o Mancuello na jogada do terceiro gol, mas o argentino que levou todo o crédito pela jogada e olha que ele jogou em cima do goleiro, rebateu no Arão e entrou; e teve um gol tirado pelo zagueiraço peruano. Perdeu algumas bolas tentando jogadas individuais, mas a produtividade dele é maior que de muitos jogadores superestimados, como Arão e Guerrero. Não é um craque, mas antes da chegada do Berrío não tinha como ser reserva nunca desse time.
E o goleiro do Macaé ainda fez uma defesa antológica numa bola que ele ia guardar e o juiz não deu nem corner. Foi burro de ter sido expulso.
Compartilho da preocupação com o goleiro reserva. Esperar convocação do Muralha para descobrir se ele vai dar conta do recado pode ser um desastre parecido com o que foi o Cesar em 2015.
Totalmente certo. Tem que dar uma oportunidade num jogo desse do carioca.