1. A acomodação dos titulares e a falta de interesse dos reservas, em vista dos primeiros serem tratados como absolutos na posição e não se sentirem “ameaçados”, ao passo que os últimos estão cientes de que não se tornarão titulares, por mais que treinem;
2. A dificuldade de promover as substituições, pois os reservas não só teriam dificuldades de entrosamento, como também de adaptação em vista do fato de que o esquema tático foi planejado exclusivamente para a performance dos jogadores titulares;
3. A dependência de jogadores titulares e de alto nível, pois o desfalque de jogadores “insubstituíveis” afeta seriamente a performance geral do time.
Com o passar do tempo, o time apresenta queda de desempenho e o resultado, era óbvio: a troca de treinador. E todo o processo se
reiniciava novamente: o novo treinador selecionava os melhores jogadores (sob o seu ponto de vista) para ser o titular do seu time e a seguir criava um esquema tático “para eles jogarem”. De início, os titulares mostravam serviço para assegurarem a sua vaga, o que dava ao time uma melhora de desempenho inicial. Mas depois de garantida a vaga, os jogadores titulares já não apresentavam o mesmo desempenho e o time lentamente caía de performance novamente até culminar com a demissão do treinador. E o ciclo se repetia…
Na gestão do futebol moderno, os estudiosos e especialistas passaram impor novas concepções de trabalho, as quais promoveram profundas mudanças em vista da necessidade de desenvolver um trabalho mais consistente à médio e longo prazo, de forma a colher resultados mais duradouros. E estes três pilares – a definição do esquema tático, a montagem de elenco e a escalação do time – passaram a receber uma atenção diferenciada, entre tantas outras inovações.
O esquema tático passou a ser visto não só como uma forma de jogar, mas também como uma filosofia de trabalho a ser incorporada com a cultura do clube. O planejamento do “jeito de jogar” não se limita mais a adequá-lo aos jogadores titulares do elenco, mas justamente o contrário: a montagem do elenco e a escalação do time titular é que devem ser definidos de acordo com as necessidades do esquema tático! E uma das práticas de gestão mais recentes nos clubes é o “esquema tático único”, praticado deste as categorias de base, com o objetivo de formar jogadores que possam encaixar no time profissional, sem maiores dificuldades.
A montagem do elenco também sofreu profundas mudanças, em vista do planejamento em prol das necessidades do esquema tático. Não se contrata mais jogadores pelo valor do seu potencial e suas habilidades, mas sim se estes atributos se encaixam nas exigências do esquema tático (e consequentemente, do elenco)! O mesmo vale para o processo de renovação, onde muitas vezes uma peça de composição de elenco passa a ser tanto ou mais importante do que a contratação de uma nova revelação, ainda que seja um jogador reserva.
Por fim, as regras para a escalação do time titular são condicionadas a selecionar os jogadores que se encaixam melhor no esquema tático. Apesar da qualidade do jogador influenciar bastante em sua escalação, ela já não é mais o fator determinante, sendo perfeitamente possível que um jogador mediano se tornar um titular, ao passo que um bom jogador se torne o seu reserva imediato, em vista deste útimo não ter os atributos desejados para o esquema tático naquela posição.
E o que isto tem à ver com o Flamengo? Bem, não é preciso lembrar que no final de 2015, a direção do clube já se movimentava para modernizar a gestão do futebol. Além de acelerarem a infraestrutura do centro de treinamento e a implantação do Centro de Performance em Excelência, a contratação do técnico Muricy Ramalho se tornou o símbolo desta nova era por vir. Infelizmente, ele não se saiu bem, mas os seus trabalhos deixaram alguns frutos que foram aproveitado de forma inteligente pelo técnico interino: Zé Ricardo.
Bem, preciso continuar? Acredito que não. Deixo para vocês em aberto, o bom e velho debate! Pois à esta altura do campeonato (desculpem o trocadilho), certamente já entenderam o meu ponto de vista…
Texto digno de 😀 Ednei ,
SRN
&;-D
E não perdeu a oportunidade de defender o massaraujo no texto, né? vc não existe..
SRN
Só concordo com o penúltimo parágrafo o resto do texto é só invenção.
As 3 afirmações feitas não tem qualquer base de sustentação. Não existe nada que prove que os jogadores titulares se acomodarao e serão insubstituíveis.
Essa coisa de montar um esquema e produzir e contratar jogadores baseado nesse esquema só funciona em times ricos além de ser uma grande bobagem já que a maneira de jogar muda com o tempo e qualquer mudança de esquema demandaria uma enorme mudança nas divisões de base.
Outro erro é definir esquema para divisão de base. Lá ,mais do que no profissional, tem que jogar os melhores. Divisão de base serve pra formar jogador. Essa coisa de formar cabeça de bagre que cumpre função tática é a maior burrice promovida pelos revolucionários estudiosos.
Os times e esquemas precisam ser formados pelos melhores jogadores, futebol nao é receita de bolo.
Imagine se todos os times tivessem exatamente a mesma estrutura ,o mesmo esquema tático e jogadores que cumpram com perfeição suas atribuições táticas. Quem venceria o campeonato?
A obrigação do treinador é colocar os melhores em campo e armar o melhor esquema possível com eles.
Boa análise. Com isso dá pra entender pq mancuello amargou por tanto tempo a reserva – e é capaz de voltar a amargar – enquanto Fernandinho conseguia jogar entre os 11.
Apesar de preferir o espetáculo do futebol-arte, mais criativo, pq centrado na originalidade do jogador, aprendi coisas sobre o futebol moderno, industrial.
Vale destacar que o formato dos campeonatos tb favorece determinados entendimentos da gestão do futebol. O mata-mata favorece mais o futebol-arte, enquanto os pontos corridos, o industrial.
Só lembrar das pedaladas do Robinho no Santos campeão de 2002, time classificado em oitavo e que eliminou nas quartas o primeiro colocado São Paulo.
Excelente análise.
Ótimo texto! Parabéns!