A Caixa Econômica Federal priorizou clubes que estão na Libertadores e previu bônus consideráveis pela conquista do torneio e pelo Mundial. O investimento do banco em times já ultrapassa R$ 100 milhões em contratos fechados para este ano. E há negociações em andamento que podem elevar em até 50% esse montante, chegando a cerca de R$ 150 milhões.
Um levantamento do blog no Diário Oficial mostra que já foram feitos pelo menos 14 renovações ou novos contratos da Caixa no ano de 2017. A esses acordos, soma-se o patrocínio fechado com o Santos e ainda não oficializado.
No total, a previsão de investimento nos 14 contratos é de até R$ 116 milhões por conta das premiações. Excluídos os bônus, os valores fixos ficam em torno de R$ 90 milhões. Com o contrato do Santos, de R$ 16 milhões, isso se eleva a pouco mais de R$ 100 milhões.
Há ainda negociações em aberto com o Vasco (estimativa -R$ 10 milhões), Botafogo (R$ 10 milhões), Corinthians (R$ 30 milhões) e a Chapecoense (sem valor definido). O acordo com a diretoria vascaína está encaminhado após reunião na última sexta-feira, segundo o clube. Se fechar com todos esses times, a Caixa ultrapassará o valor previsto de R$ 132 milhões. O Vitória tinha anunciado renovação, mas o blog não encontrou seu contrato no Diário Oficial.
A Caixa priorizou clubes que estavam na Libertadores, fora acordos de renovação. No ano passado, a Caixa tinha apenas dois times na competição. Agora, já conta com quatro (Atlético-MG, Atlético-PR, Santos e Flamengo). E pode chegar a seis no total.
Para esses clubes, o banco estabeleceu bônus e premiações maiores do que para os outros pela importância do torneio. A conquista do campeonato sul-americano dá R$ 1,5 milhão, e do Mundial R$ 2 milhões.
Assim, os contratos de Flamengo, Atlético-MG e Atlético-PR têm previsão de empenho de R$ 5 milhões a mais do que o valor fixo. Isso explica a discrepância de R$ 3,5 milhões entre os montantes dos contratos entre os dois grandes paranaenses, e os dois grandes mineiros.
Não houve reajuste para nenhum clube, apenas inclusão de novos. Apenas a inclusão de bônus. A provável expansão do valor total investido pela Caixa resultará em maior número de times caros no cartel.
O Botafogo, por exemplo, já exibe o logo do banco sem ter contrato. ”Estamos em fase negocial. Na há pendência. Não posso te garantir que fomos beneficiados pela Libertadores porque não fechamos”, contou o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira. Mas sua negociação é no patamar do Vasco que, normalmente, obtinha valores maiores por sua camisa.
O blog mandou perguntas para a assessoria da Caixa sobre os patrocínios aos times, mas não recebeu resposta. Além da Libertadores e Mundial, há prêmio de R$ 1 milhão para o Brasileiro, R$ 500 mil pela Copa do Brasil, e R$ 500 mil pela Série B, e R$ 300 mil pela Copa Nordeste. Há uma tabela padrão. Veja o valor fechado com cada clube já no diário oficial (com especificação de quanto é em premiação):
Flamengo – até R$ 30 milhões (R$ 5 milhões em premiações por título)
Atlético-MG – até R$ 16 milhões (R$ 5 milhões em premiações)
Cruzeiro – até R$ 12,5 milhões (R$ 1,5 milhão em premiações)
Atlético – até R$ 11 milhões (R$ 5 milhões em premiações)
Bahia – até R$ 7,8 milhões (R$ 1,8 milhão em premiações)
Sport – até R$ 7,8 milhões (R$ 1,8 milhão em premiações)
Coritiba – até R$ 7,5 milhões (R$ 1,5 milhão em premiações)
Avaí – R$ 5,5 milhões (R$ 1,5 milhão em premiações)
Náutico – R$ 3,7 milhões (R$ 1 milhão em premiação)
Figueirense – R$ 3,4 milhões (R$ 1 milhão em premiação)
Ceará – R$ 3,4 milhões (R$ 1 milhão em premiação)
Paysandu – R$ 3,2 milhões (R$ 1 milhão em premiação)
América – até R$ 3 milhões (R$ 1 milhão em premiação)
CRB – até R$ 1,5 milhão (R$ 500 mil em premiação)
Fonte: Rodrigo Mattos | UOL