A princípio, o confronto no Maracanã foi equilibrado, com uma falha da defesa, um gol e domínio de um tempo para cada lado.
Mas no geral, é o Flamengo quem descobre um novo modelo de jogo com o efetivado Jayme de Almeida, enquanto que a necessidade de uma nova alternativa ofensiva e defensiva ao Botafogo é reforçada.
O Fla finalizou apenas 3 vezes na primeira etapa, mas dominou o jogo e concentrou as ações pela esquerda, onde 25% da posse de bola no primeiro tempo aconteceu. A estrutura é a mesma: o 4-3-3 que se desmembra em 4-1-4-1 sem a bola ou o 4-4-2 quando Cadu não voltava.
O Bota se perdeu. Criou pouco e marcou mal, com muitos espaços. Rafa Marques, no ataque, ficou isolado porque não abriu pelos lados e a rotação de meias não teve força e velocidade, apesar da maior posse de bola.
A jogada do gol do Fla começa quando Hyuri perde uma bola no meio, muito pela marcação cerrada do Fla, que sempre tinha superioridade no meio do Bota.
João Paulo aproveita e carrega para fazer o 2×1 com Cadu no flanco esquerdo. A movimentação do camisa 16 não é acompanhada por Edílson, que abre um buraco no lado esquerdo.
Gabriel, após leve momento de indecisão, decide por acompanhar a diagonal de Hernane e Mattos vai atrasado ao cerco do lateral e desprotege os zagueiros, que ficam no embate individual com Paulinho e André Santos, já que Júlio César não fechou a linha defensiva na área.
Também pesou o jogo físico de André Santos, assim como o fôlego de todo o time na execução dos rápidos movimentos.
O Botafogo voltou para o segundo tempo com mais concentração nos movimentos e também com nova estrutura tática: um 4-1-4-1 com Seedorf armando de trás para os meias. O Glorioso aproveitou as contusões do Fla e dominou até cansar, por volta dos 30 minutos do segundo tempo.
O gol do Botafogo veio quando o time encaixou sua melhor jogada ofensiva: toque de bola rápido, apoio lateral em bloco e objetividade.
Seedorf, na esquerda, passou para Rafa, que tocou para Hyuri. Tudo em pouco menos de 2 segundos.
A mudança de lado embaralhou a marcação do Fla. Também mostrou que a mobilidade de meias é marcante e objetiva no time de Oswaldo de Oliveira.
O camisa 17 viu Edílson livre no corredor, por vários motivos: o espaço entre a linha da defesa e os volantes rubro-negros fez com que o Fla basculasse para a esquerda, não acompanhando a rápida virada de jogo com apenas 3 passes.
André Santos demora a voltar, mas Carlos Eduardo, lesionado no lance, é quem teoricamente deveria estar protegendo o lateral.
Clássico empatado, mas o vencedor moral foi o Fla, que encontrou uma forma de jogo mais compacta e funcional, mesmo com a enorme crise. O Botafogo é melhor treinado, mas ainda se ressente de uma alternativa quando a velocidade dos pontas não funciona. Talvez o 4-1-4-1 da segunda etapa pode mostrar o caminho a Oswaldo.
Confronto aberto, mais uma vez.
Fonte: Blog Painel Tático