Quando Vinícius Júnior entrou em campo no Fla x Flu desta quarta-feira, o jogo estava 3 a 1 para o Fluminense. O relógio marcava 18 minutos, e o jogo à feição para o Tricolor matar em contragolpes. Mas eis que o menor de idade mais caro do mundo, o camisa 20 de 17 anos, chamou a responsabilidade. Participou dos dois gols que deram o empate ao Rubro-Negro e mostrou, mais uma vez, que joga muita bola. A evolução era previsível e óbvia, e o moleque parece ter tirado de letra a sanha imediatista de quem, apressadamente, o rotulou como “Negueba Júnior”. Não foram poucos.
A prática é comum no Brasil. Quem tem participação discreta nos primeiros jogos dos profissionais de clubes grandes já desperta antipatia na torcida. No caso de Vinícius Júnior, o alto valor pago pelo Real Madrid pelos seus serviços, somado aos apenas 17 anos que ele tem, geram uma pressão que beira a intolerância, serventia da casa quando falamos de Brasil. Se ele não resolver, os canhões apontam e atiram em cima. Simbolicamente, claro. Afinal, o craque tem que fazer a diferença desde o primeiro jogo em que atua como profissional. Caso contrário, não é craque.
Não é bem assim. Jogador de futebol não é Macunaíma, personagem literário de Mário de Andrade que nasce adulto. Jogador é gente normal, que passa pela infância e por um processo de formação complexo que envolve a adaptação a uma série de contextos dentro e fora do campo. “Ah, mas o Neymar resolveu logo no início”. É uma meia-verdade. Resolveu no Estadual, mas no Brasileiro de 2009, entrou e saiu do time. Foi chamado publicamente de “Filé de Borboleta” pelo então técnico do Santos, Vanderlei Luxemburgo.
Philippe Coutinho, outro titular da Seleção, demorou seis meses entre a sua estreia, em agosto de 2009, e seu primeiro gol pelo Vasco, em fevereiro de 2010, numa goleada por 6 a 0 sobre o Botafogo, em que Dodô resolveu o jogo e ele, Coutinho, fez os dois últimos gols.
Outros jogadores brilham logo de cara, como Anderson, ex-Grêmio, e depois não conseguem uma carreira tão brilhante quanto prometem. E outros, como Ronaldo Fenômeno, mostraram a que vieram desde cedo. Mas Romário, por exemplo, só foi surgir brilhando no Vasco aos 19 anos.
Não há, portanto, uma regra sobre a idade em que o jogador vai surgir ou conseguir ser decisivo. O processo de adaptação depende de uma série de fatores (treinador, fase da equipe, estágio físico e psicológico de maturação do jogador). Mas há coisas que só acontecem depois de certa rodagem. E Vinícius Júnior, nesta quarta-feira, ganhou o diploma de gente grande. Resta saber o que fará com ele nos próximos anos.
Reprodução: Na base da bola (Pedro Venâncio) – GE
Vinicius Junior é:
( ) Negueba 2.0
( ) Um Gabriel Jesus, ou, quem sabe até, quem sabe, um Neymar!!!
( ) Um brasileiro que jogará no Real e em breve estará de volta dizendo que é feliz mesmo na favela……
(x) Uma jovem promessa do futebol brasileiro que joga no Flamengo e tem muito a desenvolver. SRN
ok, nesse caso, tem muitos iguais por aí……
resposta muito obvia a sua!
Mas é o que ele é, uma incógnita; ninguém sabe se vai ser um Negueba ou um Neymar assim como não sabemos se ele irá voltar rápido para o Brasil ou irá permanecer na Europa. Não tem sentido ficar fazendo conjecturas, é só sentar assistir e aplaudir (ou não). SRN
O moleque participou de 2 gols, primeiro dando um passe de 3 dedos para o Everton (que retribuiu com uma letra genial) e segundo sofreu (ou melhor cavou) a falta do gol do empate do Arão, mostrou muita personalidade num jogo tenso, está de parabéns assim como o time, é isso que nós queremos quando não der na técnica vai na RAÇA, acho que agora os caras estão começando a entender isso, ontem o time literalmente brigou em campo, a galera estava pilhadona ontem em campo assim como o clássico merece.
SRN #VaiPraCimaDelesMengo
Tem é que botar a base para jogar, e se der certo bem se não empresta ou vende para quem queira utilizar. Mas ficar preservando não concordo. Parabéns VJ jogou muito bem ontem.