Logo após a vitória por 2 a 1 no primeiro jogo da decisão, semana passada, o Independiente postou, através das redes sociais, uma foto emblemática. Nela, ex-jogadores do time argentino comemoram um título no Maracanã. A imagem é da final da Supercopa dos Campeões da Libertadores, de 1995.
Na ocasião, o Flamengo do técnico Washington Rodrigues, o Apolinho, perdeu por 2 a 0 a partida de ida. No Maracanã, a vitória por 1 a 0 não foi o suficiente para empurrar a decisão para os pênaltis. Se os argentinos relembram com saudosismo aquele confronto, o Flamengo de Reinaldo Rueda se diz pronto para reescrever uma nova história.
Antes do novo capítulo, o GloboEsporte.com relembra os detalhes em volta daquela única e última final entre as duas equipes há mais de duas décadas:
Era a última chance do centenário
De semelhante entre 1995 e 2017, talvez os altos investimentos feitos nos elencos. Naquele ano, o Rubro-Negro investiu cerca de 25 milhões de dólares em reforços para buscar títulos no ano de seu centenário. No entanto, o time que tinha um ataque batizado de ”melhor do mundo” (Sávio, Romário e Edmundo) colecionou frustrações naquela temporada em todas as competições que disputou.
O título da Supercopa dos Campeões da Libertadores, já em dezembro, era apontado na época como uma última chance de dar alegria aos torcedores que, meses antes, esperavam bem mais daquele plantel. Após o vice-campeonato, manchetes da imprensa na época classificação o ano de 1995 como trágico.
– Era um ano muito importante para o Flamengo por causa do centenário. E pelas contratações e toda expectativa que se criou em cima do grupo de jogadores. Principalmente do “ataque dos sonhos”. Massacramos, criamos várias oportunidades. Infelizmente marcamos só um gol, foi um sentimento de derrota muito grande – lembra o ex-jogador Rodrigo Mendes, titular no jogo do Rio de Janeiro.
Invasão e morte em confusão na entrada
Mesmo com o resultado ruim no jogo de ida, a torcida do Flamengo compareceu em peso no jogo de volta do Maracanã. A noite era ser de festa nas arquibancadas, mas acabou marcada por uma tragédia. Uma torcedora de 43 anos morreu ao ser pisoteada na entrada do estádio. Seu marido, que a acompanhava, tentou ajudá-la e fraturou cinco costelas.
Milhares de pessoas se aglomeraram nos portões do Maracanã antes do jogo. Por conta da confusão na entrada, estimou-se na época que cerca de 20 mil torcedores entraram no Maracanã sem ingressos naquela noite. O público pagante oficial daquele dia é de 89.336 torcedores.
Zagueiro culpa segundo gol em Buenos Aires
Zagueiro rubro-negro naquela partida, Ronaldão lembra da pressão sofrida no jogo de ida na Argentina. Para ele, o pecado da equipe na ocasião foi ter levado o segundo gol em Avellaneda.
– O grande erro do Flamengo foi tomar o segundo gol, aí que o Independente ampliou a vantagem para o jogo de volta. No Maracanã não restava mais nada a perder. Fomos para cima, e o Independiente, como se esperava, só se defendeu e jogou pelo resultado – lembra Ronaldão.
Ambiente tenso no jogo de ida
Houve outros relatos de um clima muito hostil vivido na argentina. Na semana passada, em sua participação no Redação ”SporTV”, Apolinho relatou que um homem armado chegou a entrar no ônibus da delegação em Buenos Aires.
– Todo o ambiente que tem antes do jogo interfere muito. A entrada do ônibus no estádio era por uma rua muito apertadinha. A galera toda ficava se movimentando. Tinha aquele “Santo Antônio” na calçada, para evitar o carro de parar em cima. O motorista teve que abrir a porta, para ver a distância, e entrou um cara com uma arma dentro do ônibus.
– O Djair se levantou, eu falei para ele sentar, fingir que não viu. O motorista reclamou. Outros caras vieram e puxaram o cara. Quando você entra no estádio, o ambiente já está te contaminando – lembrou Apolinho.
Retranca dos argentinos
Com a vantagem de dois gols construída em sua casa, o Independiente armou uma retranca para jogar no Maracanã. A vitória por 1 a 0 foi com gol de Romário, aos 17 do segundo tempo. No entanto, o Flamengo teve oportunidades, criou outras chances, mas não acertou a pontaria.
– Massacramos, criamos várias oportunidades. Infelizmente marcamos só um gol – conta Rodrigo Mendes.
Além disso, esbarrou na tática dos argentinos de amarrarem o jogo. Ao todo foram sete cartões amarelos e dois vermelhos na decisão.
Título perdido causou ”faxina” na Gávea
Pouco depois daquela final, o supervalorizado elenco do Flamengo passou por uma reformulação. A mudança mais marcante foi a de Edmundo, que não atuou na decisão e deixou o clube para atuar no Corinthians na temporada seguinte.
O técnico Washington Rodrigues, por sua vez, foi substituído por Joel Santana.
Fla e Indepediente decidem a Copa Sul-Americana na próxima quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), no Maracanã. O Rubro-Negro precisa de vitória por dois gols de diferença para levar o título no tempo normal. Triunfo pelo placar mínimo leva o duelo para a prorrogação. Caso persista a igualdade, o troféu será decidido nos pênaltis.
Fonte: GE
Na época o jogo de volta no Maracanã eu não vi pela TV apenas escutei pelo radio, pois não tava levando muita fé devido aos 2×0 na ida. O Independiente jogou numa retranca absurda e o título deles foi merecido. Quanto ao Flamengo pra mim foi o ano mais decepcionante de sua história, tanto por conta das contratações que foram feitas e das expectativas geradas.
esse ano também foi terrivel tinha muita expectativa nesse time