O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, reuniu-se nesta quinta-feira (20) com presidentes de clubes de futebol e da Comissão dos Clubes. Na pauta, as dívidas dos clubes e a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRF), que tramita na Câmara e trata da renegociação das dívidas dos clubes. Após o encontro, o presidente eleito do Clube de Regatas Vasco da Gama, Eurico Miranda, informou que ele e o Vasco não reconhecem o Bom Senso F.C, movimento de jogadores que cobra reforma no futebol brasileiro.
“O Vasco não reconhece o Bom Senso, porque é uma coisa paralela. Os atletas têm seu sindicato, sua federação. O Bom Senso não defende, por exemplo, que 90% dos jogadores profissionais do Brasil trabalham apenas três meses. Não defende que tenham teto salarial. Defende privilégios para atletas que ganham R$ 200 mil, R$ 300 mil, R$ 500 mil e até R$ 1 milhão. Na verdade, esses valores acabam ofendendo o povo brasileiro. Um operário tem de trabalhar 90 anos para ganhar o que ganham aqueles que dizem que estão trabalhando demais”, salientou.
Em contato com a Agência Brasil, o diretor-executivo do Bom Senso, Ricardo Borges Martins, garantiu que o movimento não pretende concorrer com sindicatos e federações. Segundo ele, a ideia do grupo não é defender apenas uma categoria do futebol. “Embora o Bom Senso seja liderado por jogadores, ele representa toda a classe. Fazem essa confusão”. Martins salientou que é um direito do presidente do Vasco não reconhecer o movimento, mas que, mesmo assim, o Bom Senso caminha para se tornar uma associação em defesa por melhorias no futebol.
Presidente do Coritiba Futebol Clube e da Comissão dos Clubes, Vilson Ribeiro participou da reunião a convite do ministro.
“O encontro serviu para mostrar a proposta, reivindicações e sugestões dos clubes”. Segundo ele, a posição seria muito próxima da colocada pelo sindicato e federação representativos dos atletas e do próprio Bom Senso.
Para o presidente do Clube de Regatas do Flamengo, Eduardo Bandeira, a discussão de hoje foi o início de uma tentativa de se chegar a uma versão final do substitutivo do deputado Otávio Leite (PSDB-SP), autor do projeto de Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte. Explicou que foram discutidos detalhes e flexibilizados alguns pontos, de modo que a proposta atenda a todos.
“A lei é um conjunto de medidas de responsabilidade para os clubes andarem na linha, pagarem impostos, encargos e jogadores em dia. Se pagarem o parcelamento, a contrapartida será o alongamento das dívidas dos clubes”, acrescentou.
Conforme texto publicado pelo Ministério do Esporte durante o encontro, os dirigentes destacaram a importância da aprovação definitiva, ainda este ano, do projeto já foi aprovado em comissão especial da Câmara. De acordo com o ministério, as dívidas dos clubes de futebol são estimadas em R$ 4 bilhões.
Também participaram da reunião os presidentes do Internacional, Giovanni Luigi, e da Liga de Clubes do Nordeste, Alexi Portela.
Fonte: Agência Brasil