“A derrota não deve ser uma fonte de desânimo ou desespero. É sinal da necessidade de uma prática maior e de esforços redobrados“. A frase do japonês Jigoro Kano, fundador do judô, remete Everton Ribeiro ao passado e aponta caminhos para um futuro de volta por cima no Flamengo.
A pressão por uma melhor performance não tira o sono da maior contratação da história do clube, que carrega consigo ensinamentos dos seis anos em que praticou a arte marcial para assumir o protagonismo na Libertadores.
– Agora é a hora do ippon, né!? Uma coisa que me marcou bastante foi a disciplina do judô. Meu sensei cobrava bastante e ensinava. Aprendi a cair e sempre levantar, buscar dar troco. São coisas que levo comigo. Virou o ano, o que passou passou, coisas boas e ruins. Temos evoluído junto com a equipe em 2018, me sinto bem, e posso fazer o que sei. Tenho certeza que vai ser um grande ano.
O investimento de R$ 22 milhões foi só mais um fator que elevou a expectativa da torcida sobre Everton Ribeiro. Eleito o craque do Brasileirão por duas temporadas e com passagens recentes pela Seleção, esperava-se um jogador decisivo como nos tempos de Cruzeiro e Al Ahli. Não foi o que se viu.
Em 40 partidas, o meia foi às redes sete vezes, mas não conseguiu fugir das oscilações. Do banco, viu o Flamengo perder para o Independiente a Copa Sul-Americana. Rendimento que o próprio Everton admite ter sido abaixo do esperado e justifica: a maratona de 79 jogos sem férias de setembro de 2016 ao fim de 2017.
“Eu até meio que estranhava, porque pensava em fazer uma jogada, a cabeça fazia, mas o corpo não reagia mais no final da temporada. Fiz bons jogos quando cheguei, mas depois ficou difícil”
– No futebol sul-americano a pegada é forte. Se não estiver inteiro, fica difícil. Mas já passou. É um novo ano, estou me sentindo bem, a equipe está bem, e isso vai me ajudar a dar o meu melhor.
Após a virada do ano foram cinco jogos e o maior desafio pela frente: o River Plate, quarta, às 21h45 (de Brasília), no Nilton Santos, pela estreia na Libertadores.
Antes, Everton Ribeiro recebeu o GloboEsporte.com para resenha onde se disse mais à vontade na nova função no 4-1-4-1 de Carpegiani, projetou a temporada e comemorou o fim dos questionamentos sobre atuar ao lado de Diego:
– A qualidade tem que prevalecer.
Confira a íntegra:
Início de 2018
– Acho que está bem melhor, muito produtivo com uma pré-temporada junto com o grupo, me preparando bem. Consigo fazer minhas jogadas individuais e ajudar a equipe. Está sendo um bom início.
O que mudou?
– A maior diferença é o um contra um. Consigo arrancar, driblar, o que no ano passado era mais difícil. Não me sentia tão bem fisicamente, faltava explosão para tirar de lado de driblar. Agora, tenho feito isso nos jogos e tenho certeza que vou melhorar mais.
Maratona Al Ahly + Flamengo
“A pressão aqui no Flamengo é grande, eu entendo e vim por causa disso também, pela grandeza do clube”
– E quando você está dentro de campo as pessoas esquecem se você está sentindo dor ou não. Procuro passar por cima disso, dar sempre o meu melhor, dar o 100% para vencer, independentemente de estar cansado ou não. Mas quando se está cansado, sem a mesma força, sem uma pré-temporada, fica difícil.
Contratação mais cara da história
– Dentro de campo, é igual. Trabalhamos da mesma maneira. É algo que fica mais para fora, fico tranquilo. Fazendo bem o que sei, essa pressão se torna até boa. Sei da minha qualidade, todo mundo tem uma expectativa grande e comigo não é diferente. Estou com a cabeça boa para uma grande temporada.
Readaptação ao Brasil
– Dá um pouco (de impacto), mas meu time lá cobrava bastante a parte física. Tanto que quando fiz os testes dei equivalente ao pessoal. O que pesou foi mesmo aquela sequência, estava há mais de um ano sem parar e pesou nos últimos meses. Agora, estou bem, estou feliz.
Posicionamento
– Me sinto bem como armador podendo ver o jogo de frente, é mais fácil. O esquema me possibilita muito mexer, ficar atrás dos volantes para buscar os atacantes, os meias, vir buscar o jogo para armar a equipe. Assim é como mais me sinto bem e a equipe está jogando nessa função. Por isso, tem saído as jogadas.
Atuar ao lado de Diego
– É normal procurar alternativas quando a equipe não vence, passa por altos e baixos. Esse ano ainda não ouvimos isso (de que não podem atuar juntos) e nem pensamos. Que bom que está dando certo, a qualidade tem que prevalecer. O professor tem dado um jeito da equipe funcionar com mais jogadores de posse de bola e chegada ao ataque.
Libertadores
– Vai ser uma grande competição. O grupo é forte, vai ser difícil para gente, mas para eles também. Há muitos campeões. Vai ser disputado, mas bom de jogar. A atmosfera é diferente e estamos preparados. É um outro nível de competição. Os jogadores têm mais qualidade, os times são mais fortes, os juízes deixam jogar mais, a pegada é mais forte. Estamos calejados e sabemos os caminhos.
Pressão por classificação
– Essa cobrança tem que ficar por parte da imprensa ou até dos torcedores. Nós temos que esquecer e concentrar em campo para fluir o jogo, o que planejarmos, para a classificação. Rodada a rodada, vai chegar. Temos que esquecer o que passou.
Reprodução: Globo Esporte
Vai jogar bola e deixa de falar besteira.
Que viadagem do cacete hoje em dia, antigamente tava mal, fazia festa, chamava as putas e bebia cachaça, hoje tudo jogador Nutella.
No judô não se usa namaskara mudra. Essa posição das mãos em gesto de prece aparece nas práticas de yoga.
Não tem nada a ver, assim como essa reportagem…
Vai jogar bola e para de graça, cumpádi!!!