Lá pelos 38 minutos do primeiro tempo mais estudado do que jogado, Réver e Juan trocando bolas na defesa, Jonas apoiando, os quatro móveis meias do Flamengo dando algumas opções, e a bola voltava atrás para ser pensada. Ou não jogada. Imagino se os portões estivessem abertos se a torcida não mudaria aquele panorama e esse jogo. É diferente. É pra frente. Ela empurraria. Gritaria e vaiaria. Não necessariamente a melhor escolha ou opção seria feita. Mas o jogador ouviria a massa. Faria diferente.
É um outro jogo. Provavelmente pior sem a galera. Mas nem ela, a maior do Brasil, tem conseguido fazer neste século o Flamengo que, com o próprio Carpegiani no banco, foi o melhor time que vi jogar no país e na Libertadores vencida em 1981. Clube que, no século 21, em casa ou fora dela, em campo neutro ou sem torcida, não consegue se impor. Ainda que tenha razão em pedir uma mão na bola que poderia ser pênalti no primeiro tempo. Ainda que o primeiro empate argentino tenha saído em lance de impedimento, o Flamengo segue travado na Liberta. Impressionante.
Fez 1 a 0 em pênalti do Ceifador e levou o empate irregular. Fez o segundo com Everton fruto dessas boas rotações na frente. Mas acabou castigado num tiro longo no final. Numa bola que um goleiro como Diego Alves normalmente chegaria. Pelota que talvez ele não tenha visto por ter passado por Arão que entrou para fechar um time aberto. Mas não foi feliz. Ele e Carpegiani.
Deixando ainda mais inseguro o torcedor impedido de ver o Flamengo. E o Flamengo que ainda parece bolado na competição. Mesmo quando bem bolado de novo do meio pra frente. Mas com uma retaguarda bem discutível.
Reprodução: Mauro Beting