Qual o limite de um sonho? A resposta varia de acordo com cada personagem. Nesta segunda-feira, caso a pergunta seja direcionada a Vinicius Junior, as palavras virão acompanhadas de lágrimas no rosto. Mas não de tristeza.
Lágrimas do menino que deixou de ser apenas um simples torcedor no meio da multidão e passou a ser o “um” que conquistou mais de 40 milhões.
Ganhou um preço. E alto. Conquistou lugares que antes só imaginava com a cabeça no travesseiro. Pouco mais de um ano – entre a estreia e a virtual despedida – passou em um piscar de olhos.
Aquela que pode ter sido a última entrada no Maracanã antes da ida definitiva a Madri teve um coro. “Fica, Vinicius”. E mexeu. Emocionou um concentrado jogador, mas apaixonado torcedor.
Em campo, a sintonia com o Maracanã. O moleque com a bola nos pés não balançou a rede, mas incendiou os quase 60 mil presentes. E agradeceu ao ver Diego e Vizeu cravarem um “final feliz”.
Ao seu lado, a Nação. Que vibra a cada toque, reconhece cada esforço, cria expectativa a cada jogada. Que quer raça, mas não só raça. Quer drible, alegria. Que simplesmente se vê representada em alguém que nasceu dentro dela – e a ama.
E Vinicius deu a resposta, não só quando encontrou Éverton Ribeiro na área ou testou o goleiro do Paraná, mas no gesto natural e, talvez, mais repetido com a camisa do Flamengo: o sorriso. Dribla sorrindo, lamenta a chance desperdiçada sorrindo… Brinca, como criança, sorrindo.
O apito final não foi o fim de um sonho. Pelo contrário. A caminhada do centro do gramado ao encontro dos torcedores, com direito a invasão de campo e abraço, foi a certeza da realização do maior sonho
Se não confirmou, ensaiou o adeus. Desfrutou, aos prantos, de cada minuto no palco, segundo o próprio, mais especial da carreira. Não só amou, mas viveu Flamengo.
Então, Vinicius, qual o limite de um sonho? Apenas o próximo passo.
Reprodução: Globoesporte.com
O crescimento que o Vinícius Junior vem tendo é impressionante. Ainda não foi genial, mas se mostrou decisivo para o esquema tático do Flamengo.
Quando vejo alguns querendo que ele seja o cara em todo jogo, apenas sorrio. Pois não reconhecer o talento de um garoto de apenas 17 anos e querer compara-lo com alguns, já consagrados jogadores, é surreal.
Pena que ficou pouco tempo e não poderemos ve-lo em ação por muito tempo.