O Flamengo tem acompanhado com preocupação o momento complicado enfrentado pelo Grupo EBX, de propriedade do empresário Eike Baptista. Tudo porque o clube tem um contrato milionário com a REX (empresa integrante da holding) para a reforma e conversão de sua sede no Morro da Viúva em um hotel de luxo. Apesar de o acordo ter sido fechado em janeiro de 2012, as obras ainda não começaram.
Oficialmente, o clube nega a apreensão pelo futuro do projeto. A demora para o início da reforma é tido como algo dentro do previsto, uma vez que somente agora o Flamengo conseguiu encaminhar a desocupação de todo o prédio. Já a empresa diz que apenas aguarda a liberação para começar as obras.
“É um negócio extremamente complexo, com várias etapas. Por enquanto está dentro do previsto. Terminamos agora a remoção dos moradores e esperamos progredir em breve”, limitou-se a dizer o vice-presidente de patrimônio do Rubro-negro, Alexandre Wrobel.
Mesmo com os compromissos em dia, o temor nos bastidores do clube é inegável. A própria REX tem tido dificuldades para cuidar de projeto semelhante, na reforma do Hotel Gloria. Atualmente, a empresa negocia uma sociedade com uma rede de hotéis para tocar o negócio, que anda em ritmo lento.
“Estamos acompanhando a situação da EBX. Como as obras propriamente ditas ainda não começaram, não podemos dizer com certeza que eles terão problemas. Mas não deixam de ser preocupantes as dificuldades pelas quais as empresas têm passado”, disse um dirigente que não quis se identificar.
A crise abate todo o Grupo EBX. Em baixa no mercado, a holding acumulou prejuízo de R$ 2,5 bilhões somente em 2012, segundo dados da consultoria Economatica. No primeiro trimestre de 2013, as perdas também foram altas: R$ 1,15 bilhão. Até mesmo a IMX – empresa de marketing esportivo de Eike que detém 5% do consórcio do Maracanã – trabalha sob rumores de uma possível venda.
A parceria com a EBX no prédio do Morro da Viúva é tida como uma das saídas por receitas para a conclusão do CT Ninho do Urubu. O contrato de concessão do edifício por 25 anos (renováveis por igual período) prevê o pagamento de R$ 270 mil mensais – ou 2,63% do faturamento do empreendimento – ao Flamengo quando o hotel estiver em operação. Os pouco mais de R$ 3 milhões anuais podem ser engordados com valores relativos à luvas, caso o clube cumpra os prazos determinados no compromisso.
Já o projeto produzido pela REX prevê o investimento de mais de R$ 100 milhões para que o hoje degradado prédio Hilton Santos se torne um dos mais modernos hotéis da cidade, com 454 quartos. A intenção é que o empreendimento chamado Parque do Flamengo fique pronto para os Jogos Olímpicos do Rio-2016.
Fonte: UOL