FOTO: STAFF IMAGES/FLAMENGO
Não existe jogo fácil pro Flamengo no estado do Paraná. O Atlético-PR vem em fase ruim e o Flamengo lidera a competição? Grande chance de perdermos. O Curitiba escalou o time sub-15 e o Flamengo veio com força máxima? Tende a ser complicado. A prefeitura da cidade de Astorga montou um catadão com os moradores que estão em dia com o IPTU e a seleção da FIFA está jogando com a camisa do Flamengo? Não dá pra saber o que pode acontecer. Em suma, baseado apenas no retrospecto rubro-negro em terras paranaenses é seguro dizer que no caso de um plebiscito que separasse o sul do resto do país a tendência é que o torcedor flamenguista apertasse “sim” até afundar o botão da urna eletrônica.
Então por isso a goleada contra o Paraná, apesar de não ser mais do que a obrigação – afinal, se trata não apenas do último colocado do campeonato mas de um último colocado que tem mais ou menos metade dos pontos do penúltimo – acaba servindo sim para aumentar a confiança do time e mostrar para o torcedor que, por mais que obviamente não seja fácil, o título brasileiro ainda é possível.
Primeiro porque seguimos na cola do líder Palmeiras. 4 pontos é uma bela vantagem, ainda mais numa liga disputada como a nossa em que todos parecem tropeçar rodada sim, rodada não? Com certeza. Mas o Flamengo encara o Palmeiras dentro de casa e tem aí uma oportunidade de reduzir essa vantagem, além de ainda ter pela frente outros adversários diretos como São Paulo e Grêmio. Ou seja, não dependemos apenas de nós, mas se fizermos com qualidade o nosso dever de casa as chances tendem a se tornar cada vez mais reais.
Depois porque parecemos estar vivendo uma das raras ocasiões em que o Flamengo viu uma oportunidade de crise e não mergulhou de cabeça nela. Isso porque, se forem verdadeiras as informações de que Diego Alves se negou a viajar com a delegação para o Paraná porque não aceitou a reserva de César, teríamos aí uma receita perfeita para mais uma das chamadas “crises na Gávea”, o tipo de coisa que se somada a um período eleitoral e ao fato de que Dorival Junior não é exatamente famoso por sua capacidade de impor respeito no grupo, teria tudo pra tirar o time totalmente do rumo mas parece ter servido exatamente para unir mais ainda a equipe.
E por fim, porque que, e aí temos que dar o mérito ao novo treinador, os atacantes do Flamengo parecem ter finalmente relembrado como se realiza esse ritual secreto chamado “fazer gol”. Uribe, Vitinho, até mesmo Dourado, que precisou de alguns segundo para lembrar como é a sua comemoração – “é a mão cortando o pescoço? o braço? faz tanto tempo que eu não faço isso, bicho” – os nossos homens de frente voltaram a decidir partidas e ainda que certos problemas da equipe continuem – segue não existindo jogo fácil o bastante para Pará brilhar – essa evolução vem fazendo clara diferença quando você analisa o placar das partidas.
Mas tudo isso vai ser colocado à prova no próximo sábado, diante do Palmeiras, no Maracanã. Uma vitória pode nos colocar a apenas um ponto do líder, com 7 partidas ainda pela frente, além de aumentar mais ainda a moral da equipe e mostrar que apesar de todos os problemas o Flamengo quer sim o título brasileiro. Já um empate ou uma derrota…bem, vamos torcer pra que a boa fase de Uribe, Vitinho e até mesmo do Ceifador permita que a gente nem precise pensar nisso.
Reprodução: João Luis Jr. | Blog Isso Aqui é Flamengo