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O ano de 2018 foi bastante decepcionante para o Flamengo. Apesar do investimento enorme, especialmente ao trazer o atacante Vitinho no meio da temporada, o time não ganhou nem um Carioca, fazendo papel especialmente feio na Copa do Brasil, quando caiu para o limitado Corinthians na semifinal.
Para 2019, a imensa torcida rubro-negra espera mais e a Copa Libertadores segue sendo a obsessão. Mas antes de qualquer coisa o clube precisa expurgar seus demônios e contratar. Depois de conquistar a competição em sua primeira participação, em 1981, o time soma decepções e grandes vexames.
São cinco quedas em fase de grupos, sendo três recentes: 2012, 2014 e 2017. Em 2018, a equipe ficou em segundo no grupo e foi eliminado logo nas oitavas, com uma partida de ida especialmente pavorosa no Maracanã. Em 2018 vai ser diferente? Infelizmente a torcida do Flamengo precisa pensar primeiro na fase de grupos.
Grupo não é difícil, mas é chato
Pegando os jogadores de Peñarol, LDU e especialmente o San Jose, é difícil ter algum medo e o Flamengo não pode temer as equipes. Mas é inegável que o grupo D é chato, especialmente pela localização dos rivais.
A LDU conquistou a Libertadores de 2008 por causa da altitude de Quito, com seus quase três mil metros sendo um marcador incansável dos jogadores rivais. E pode voltar a complicar depois de alguns anos de ostracismo. O time voltou a conquistar o campeonato equatoriano depois de oito anos e vai brigar para ser a segunda força do grupo.
O Peñarol, pelo nome, é o principal rival. Independentemente se você acredita em força de camisa e o peso da tradição, o time uruguaio conta com Cristian Rodriguez, jogador da seleção uruguaia por anos, e Maxi Rodriguez, também presença frequente da seleção argentina. São veteranos? São. Mas a Libertadores é a competição onde toda a experiência desses veteranos é recompensada. O exemplo máximo é Verón com o Estudiantes em 2009.
Por fim, o San Jose. O grande problema em uma fase de grupos é quando o claro pior time pode trazer complicações e roubar pontos. No Rio, o time boliviano não deve ser problema. A chatice é ir até Oruro jogar a 3700 metros acima do mar. O Vasco sabe o problema que isso é quando foi jogar com o Jorge Wilstermann e quase perdeu uma classificação praticamente ganha.
A ordem dos confrontos
E o Flamengo ainda teve a “benção” de pegar o San Jose na Bolívia primeiro, no dia 5 de março. O ponto positivo é que o time pode fazer uma preparação mais longa para o jogo, caso opte por isso. Sair com um ponto não é uma tragédia, já que é normal esperar que o Peñarol também se complique ali.
O que não dá para aceitar é algo menos que uma vitória no jogo contra a LDU no dia 13 de março. O Fla vai jogar três seguidas como mandante, tendo o Peñarol e o San Jose na sequência e precisa ir para os dois duelos finais com pelo menos 10 pontos e a classificação na conta, assim não precisa fazer contas ou depender de outros resultados.
A lição de 2018 é que se é possível conquistar a primeira posição do grupo, não é para ter duvidas. O time foi blasé no Monumental de Nuñez, onde podia ter aproveitado que o River não estava jogando nem metade do que mostrou mais à frente na arrancada rumo à conquista.
Ficando em segundo, o Flamengo pode novamente ter que encarar um time forte brasileiro ou um chato argentino logo nas oitavas. E isso pode ser a receita para mais uma decepção continental.