FOTO: ALEXANDRE VIDAL / FLAMENGO
O Flamengo segue se preparando para o segundo jogo da final do Campeonato Carioca, diante do Vasco, no próximo domingo (21). Um dos personagens desta decisão, que tem identificação com o Cruzmaltino e com o Fluminense, Abel Braga concedeu entrevista exclusiva ao site Globoesporte.com, e revelou que seu início de trajetória no futebol foi com a camisa rubro-negra.
Isso porque, Abel Braga, na época por volta de seus 15 anos, defendia um time do subúrbio do Rio de Janeiro, cujo nome era Flamenguinho da Penha. O atual comandante do Fla, na época, atuava como centroavante, posição oposta da que veio brilhar anos depois, quando obteve destaque, tanto no cenário nacional quanto internacional, jogando como zagueiro.
— Foi a primeira camisa que eu vesti de um clube. Foi uma das maiores fases de minha vida. Isso aí a gente não esquece. Um jovem entrando na adolescência… Isso me deu bagagem de vida. Onde eu morava, vários colegas descambaram para o outro lado e eu nunca fui nessa. Gostava de jogar bola -, disse o treinador.
Com a família do pai sendo toda vascaína e a da mãe toda rubro-negra, Abel viu o vermelho e preto surgir naturalmente em sua vida. Isso porque, a equipe em que o então centroavante deu o ponta pé inicial no futebol começou com a ideia de um pai de um amigo, por volta de 1960, quando resolveu unir o time da Penha com o Flamenguinho, que rivalizavam nos campos de pelada aos fins de semana.
— Era gente demais vendo os jogos. Jogávamos descalço, mas os campos eram legais, com juiz, tudo direitinho. Só escutávamos lá de fora os caras apostando: “Contra esse time, eu dou dois gols”, “Fulano vai fazer gol”. Era um negócio que eu desconhecia. Não sabia que ia ser essa paixão tão louca. Era muita gente! O campo ficava rodeado de gente só pelo prazer de ver esse time jogar -, contou o técnico.
Após o, agora, treinador ter que distanciado do Rubro-Negro, indo defender o Vasco da Gama, o PSG, o Cruzeiro, o Botafogo e o Goytacaz, além de se tornar ídolo do Fluminense já como técnico, o reencontro aconteceu em 2004, quando Abel conquistou o título do Campeonato Carioca daquele ano. Mas o que ficou marcado mesmo, foi a derrota na final da Copa do Brasil, para o Santo André.
— A marca Flamengo é muito forte, chama a atenção. Em nível de torcida, até de mundo, é surreal. A cada cinco torcedores, três ou quatro são flamenguistas. Mas não era só a camisa do Flamengo. O time era bom e dava prazer. O que era flamenguista falava, mas o subúrbio inteiro falava. O garoto chegava até meio posudo para jogar -, finalizou o comandante.
Abel Braga tenta reescrever sua história no Flamengo. A primeira tentativa é de conquistar, pela segunda vez, o Campeonato Carioca pelo Rubro-Negro. Depois, quem sabe, levantar um troféu de maior prestígio no cenário nacional. O passo inicial foi dado. O Fla venceu por 2 a 0 o primeiro jogo da final contra o Vasco. O segundo confronto diante do Cruzmaltino será disputado no Maracanã, às 16h (de Brasília), no domingo (21).
Passado Rubro negro? só se for do pai da prima do tio da irmã do cunhado do vizinho…
Abel foi revelado nos juvenis do Fluminense, e quando subiu aos profissionais se destacou como um ótimo zagueiro central. Depois se transferiu para o Vasco, se aperfeiçoou e se qualificou para uma carreira internacional. Era um zagueiro viril, mas que tinha boa técnica. O problema dele foi que surgiu para o futebol na época da formação do Flamengo da Era Zico, e sofria horrores pra conseguir marcar Zico, Nunes, Adílio, etc. Depois virou técnico e chegou a ser campeão mundial de clubes. Uma bela carreira, como jogador e como treinador. Precisa, obviamente, rever alguns conceitos, pois o futebol mudou muito, principalmente no quesito “identificação” do jogador com o clube. Querer que o jogador hj se comporte como no passado, quando ia jogar fora do país já perto dos 30 anos e tendo passado 10 jogando às vezes no mesmo clube, é impensável hoje em dia, pois o futebol está na mão dos empresários e o moleque com 16 anos já sai pra jogar em Real Madrid, Barcelona, etc. A prova é que Vinícius Jr., que chorou na despedida do Flamengo, beijou escudo e etc., hoje diz por aí que “meu lugar era aqui no Real”.Tem suas idéias sobre sistemas de jogo, mas jamais pode ser culpado do Flamengo ter 3 ótimos jogadores para a faixa esquerda do ataque e nenhum lateral confiável. Ou por não ter outro zagueiro mais qualificado. Num time de futebol, só podem jogar 11. Se vira com o que tem, e tem dado resultado até aqui. Em vez de suplicarem por “treinadores estudiosos”, depois de banirem Barbieri do Flamengo (o mais estudioso deles) chamando-o de “estagiário”, deveriam sim apoiar o treinador pra tornar a vida do Flamengo mais tranquila. Essa idéia de “pressão constante” no Flamengo tem a ver com a falta de títulos importantes desde 2013, mas mesmo quando o time ganha sofre críticas. Quem consegue trabalhar direito desse jeito? Ninguém vai ganhar tudo o tempo todo, de goleada de 7×0. Ninguém vai colocar centroavante pra jogar de lateral, ou goleiro pra jogar de ponta-esquerda, como um badalado “estudioso” dos tempos atuais, hoje atuando no Rio. Vê se lá do outro lado os tacanhos ficam pedindo a cabeça de Felipão ou de Carille após cada vitória do time deles… Tem é que dar força pro time e pra comissão técnica. Ficar pegando no pé por qualquer besteira tira a tranquilidade do time, e aí quando perde a culpa é do treinador. Abel foi crucificado quando fomos eliminados da semifinal da Taça Guanabara, e agora, prestes a ganhar o Carioca, continua sendo criticado. Pelo andar da carruagem, mesmo se ganhar o mundial de clubes com o Flamengo, será criticado. Complicado…haja paciência…
É por isso que só temos uma estrela na camisa…