A demora da diretoria rubro-negra para anunciar reforços até esta quinta-feira não se devia apenas às dificuldades do mercado. Ao assumir o comando do Flamengo, os gestores do clube optaram por definir uma estratégia cautelosa: pagar os salários de novembro (vencidos no último dia 25) e 13º antes de confirmar contratações, e assim evitar um clima tenso nos vestiários do clube.
E assim foi feito. Na quarta-feira, o clube comunicou o pagamento dos salários de novembro dos jogadores e de dezembro dos funcionários. Nesta quinta, houve o acerto do 13° do elenco de Dorival Junior e o anúncio de três reforços (Elias, Gabriel e João Paulo). Oficialmente, o diretor executivo Paulo Pelaipe não admite a existência de tal estratégia.
“Não existe essa estratégia. São coisas independentes. Estamos nos esforçando muito para pagar os salários e botar tudo em dia. Estamos correndo atrás de recursos para fazer os pagamentos, mas essas negociações (Elias, Gabriel e João Paulo) que aconteceram até o momento não trouxeram custos ao Flamengo”, disse Paulo Pelaipe.
Apesar de não admitida, a estratégia vem dando certo. O clube ainda deve um mês de direitos de imagem (maior parte da remuneração) aos atletas, mas conquistou a confiança do elenco. Prova disso são as declarações de jogadores elogiando a credibilidade dos novos dirigentes e o clima de paz que impera na pré-temporada realizada no Ninho do Urubu.
Os esforços públicos para arcar com a folha salarial também são bem vistos pelos jogadores que negociam com o clube. Tanto é que o Flamengo não teve maiores dificuldades para acertar últimos detalhes e anunciar três reforços de uma só vez nesta quinta-feira. Elias, ex-Corinthians e Sporting Lisboa, Gabriel, ex-Bahia, e João Paulo, que disputou o último Brasileiro pela Ponte Preta, são as novidades do Rubro-negro para 2013.
De bem com a diretoria liderada pelo presidente Eduardo Bandeira de Mello, os jogadores prometem receber os novos companheiros, que têm a missão de apagar a má impressão deixada no último ano, quando viveram momentos de instabilidade dentro e fora de campo. Era tudo o que a gestão recém-empossada precisava para iniciar com tranquilidade a sua passagem pelo comando da Gávea.