Antes da partida, o Liverpool era tido como favorito por ter superado nada mais, nada menos que Real Madrid e Bayern de Munique ainda na Liga dos Campeões. Clubes de grande expressão já na época. O Flamengo havia derrotado o Cobreloa do Chile, nada conhecido mundialmente. Mas será que isso viria á fazer diferença? A imprensa inglesa desprezou o Time do Flamengo ao dizer que não conheciam o Clube e muito menos o “tal Zico”. No Brasil, esses deméritos vinham de torcedores rivais ao afirmarem que o Flamengo era time de Maracanã e que não sabia jogar longe da sua torcida.
E o grande dia chegou, Estádio Nacional, 13 de dezembro de 1981. 62 mil torcedores. O Flamengo entrava em campo com Raul; Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. O Brasil parava, não só com Flamenguistas, mas também com os apreciadores do bom futebol na época. Apenas o Santos de Pelé havia conseguido esse feito.
A bola rolou e o Flamengo dominava o jogo. E com isso, aos 13 minutos Zico lança a bola com maestria para Nunes, que da um toque na saída do goleiro para abrir o placar. Flamengo 1×0 Liverpool. O time do Liverpool procurava reagir, mas o Flamengo não permitia ceder o empate e respondia atacando. O jogo fica aberto, e em um lance de ataque aos 33 minutos, o árbitro marca falta em cima de Tita a favor do Flamengo. Até então a primeira falta perigosa contra o time do Liverpool. Zico carinhosamente arruma a bola, toma distância e chuta com força para o gol, o goleiro Grobbelaar espalma e no bate-rebate dentro da área, a bola sobra para Adílio fazer o gol, era o segundo do Flamengo logo aos 34 minutos do primeiro tempo. Com isso, o Flamengo passa jogar com mais calma e cria várias outras chances de gol. Até que a dupla do Flamengo entre em ação novamente. Zico, ele mesmo, o “tal Zico” novamente recebe no meio de campo, quebra a zaga adversária com um toque para Nunes entre dois zagueiros, que avança e chuta forte no canto direito do goleiro, sem chance de defesa. Flamengo 3×0 Liverpool aos 41 minutos. Era um baile dentro de campo! O Flamengo dominava e ditava o ritmo da partida. Até que o árbitro assinala para o meio de campo e marca o fim do primeiro tempo. O Flamengo deixava o gramado com uma grande vantagem, porém uma humildade ainda maior.
Os Clubes voltariam para campo, e o Flamengo claramente para administrar o jogo. Só perderia em caso de um desastre. Criou poucas chances de gols, mas nada como no primeiro tempo, assim como o Liverpool que tentava atacar, mas não resultava em gols. O jogo já não era o mesmo. E enfim, o árbitro encerrava a partida e decretava o Flamengo campeão Mundial de 1981.
Aquele grupo conquistava o mundo, erguia o Clube num patamar jamais visto. Encarou o adversário com respeito, o que foi demonstrado em campo indo para cima e sem qualquer lance de maldade. A todo o momento procurou apresentar o seu futebol, claramente o futebol brasileiro.
Era uma nova geração, a jamais vista até hoje. Esse título foi “apenas” o início de grandes conquistas que dali viria e de uma nova era no Flamengo.
Ah, e já ia esquecendo. Se fosse preciso o Flamengo também venceria Real Madrid, Bayern e qualquer outro clube com aquele Time… Fosse em outro Pais ou longe de seu Estádio. O que ele precisava era de um campo e quatro linhas. Um Time com letra maiúscula não há toa. O Flamengo sempre teve uma força diferenciada dentro de casa, à da sua torcida. Porém, longe dela havia um fator que ninguém conseguiu tirar daquela equipe: técnica, garra e amor à camisa!
Parabéns Campeões Mundiais e Torcedores Flamenguistas,