O Flamengo de Vanderlei Luxemburgo contou com o grito de quase 60 mil presentes no Maracanã, quebrando o recorde de público do Brasileiro. Mas não compensou os desfalques de Paulinho e Everton, que tiraram a velocidade da transição ofensiva.
O técnico rubro-negro tinha Gabriel como opção de rapidez, mas preferiu deixá-lo no banco com Eduardo da Silva para tentar matar o jogo no segundo tempo. Recurso comum na arrancada do time, com cinco vitórias em seis jogos. Mas a opção por Arthur e Mugni fez o time desperdiçar os primeiros 45 minutos.
O Fla até se defendia bem no 4-1-4-1, com o volante Recife entre as linhas de quatro e Alecsandro no ataque. Arthur e Mugni voltando abertos. Com a bola, muita movimentação, com Arthur entrando em diagonal para se juntar a Alecsandro e o meia argentino centralizando para tentar armar. Mas profundidade só com as descidas dos laterais Leonardo Moura e João Paulo, eventualmente Marcio Araújo aparecendo à direita.
O Grêmio foi melhor na primeira etapa, mesmo sem Matías Rodriguez, Barcos, Ramiro, Edinho e Riveros – Wallace foi o volante plantado à frente da defesa e Matheus Biteco atuou alinhado a Fellipe Bastos. No mesmo 4-1-4-1 do rival, mas com qualidade na saída pela esquerda com Zé Roberto e acelerando com Dudu, buscando a linha de fundo ou se aproximando de Lucas Coelho. Giuliano infiltrava da direita para dentro e apareceu para finalizar por cobertura e obrigar Paulo Victor a fazer a grande defesa da partida. Organização e intensidade do time de Scolari.
Luxemburgo mudou. Primeiro deixando Arthur mais próximo de Alecsandro e abrindo Marcio Araújo para trabalhar à direita com Leonardo Moura. Em números, um 4-4-2. Que voltou a ser 4-1-4-1 (ou 4-3-3) com Gabriel e Eduardo da Silva nas vagas dos inócuos Arthur e Mugni. O Fla cresceu atacando pela direita e por ali criou duas boas chances para Alecsandro. Matava os contragolpes com Recife cobrindo Léo Moura e bloqueando as arrancadas de Dudu. Até o jovem volante cansar e dar lugar a Amaral.
Felipão demorou, mas foi preciso nas trocas. Fernandinho e Luan nos lugares de Giuliano e Lucas Coelho. Com o adversário ocupando o campo de ataque, empolgado com o apoio da torcida, porém cansado, os espaços para os contragolpes apareceriam naturalmente.
Falha de João Paulo, jogada de Fernandinho, que passou para Luan acelerar contra Marcelo e tocar na saída de Paulo Victor, já nos acréscimos. Triunfo do time que finalizou mais, mesmo com apenas 40% de posse de bola. Também fez mais faltas, treze contra oito.
Mas soube usar a velocidade e a qualidade disponíveis para a vitória que afirma a própria ascensão e freia a do adversário, embalado e com apoio incondicional de seu torcedor. Em campeonato tão parelho, não é pouco.
Fonte: Olho Tático