Amigos rubro-negros, é muito fácil falar do Flamengo, pois nunca faltam assuntos. Tudo que cerca o Flamengo é motivo de polêmica. Quando não é de fora para dentro, gerada pela mídia tendenciosa, é de dentro para fora, gerada pelo fogo amigo já tão habitual na vida política do clube.
O que é o certo? O que é o errado? Em muitas áreas, entre as quais a gestão, não existe o certo ou errado, pois não se trata de uma ciência exata. Se está certo ou errado, em muitos casos só saberemos no final. Quantas vezes, uma decisão que parecia óbvia e certa, lá na frente se demonstrou errada? Vice e versa.
Portanto, o que prefiro avaliar e cobrar nestas decisões não é necessariamente o que acho certo ou errado, mas a coerência no processo decisório. Acertar e errar faz parte da vida. Ser justo ou não, nem sempre é possível, pois a justiça é um dom divino. Portanto, ser coerente é muito mais importante.
TIME A OU B
A principal polêmica nas resenhas rubro-negras é a decisão do Luxa em poupar titulares nos confrontos com o Coritiba pela Copa do Brasil. Como nos classificamos para as quartas-de-finais, a decisão pareceu certa.
E se não nos classificássemos? Certamente, o treinador estaria sendo crucificado.
E se tivermos lesões musculares em seguida (toc toc toc)?
Na linha da coerência, acho que a decisão dele foi certa, independente de termos nos classificado. Desde quando chegou ao clube, Luxemburgo tem o discurso que a prioridade é livrar o clube de seu primeiro rebaixamento, o que os profetas do apocalipse já pregavam como iminente.
Os 5 pontos que livramos do primeiro no Z4 após as 4 vitórias consecutivas, antes do primeiro jogo em Curitiba, se nos deixavam respirar estavam longe de nos dar uma tranquilidade em relação ao rebaixamento, faltando então 21 rodadas. Dois resultados negativos, voltamos para a confusão.
Luxa sabia, e tentou explicar em entrevistas, que os 13 jogos seguintes àquele pelo jogo das oitavas da Copa do Brasil, seriam muito difíceis sendo 8 clássicos em casa e fora (Grêmio, Corinthians, Palmeiras, Fluminense, São Paulo, Santos, Cruzeiro e Inter) e 5 outros jogos contra concorrentes diretos ao rebaixamento jogando fora de casa (Vitória, Goiás, Bahia, Figueirense e Atlético-PR). Isto tudo jogando quartas/quintas e sábado/domingo.
Em relação ao primeiro jogo em Curitiba, o único ponto que questiono a coerência do treinador foi ter deixado o Eduardo da Silva jogar os 90 minutos. A contusão sofrida por ele foi num lance acidental e poderia ter ocorrida aos 5 minutos do primeiro tempo. O ponto é que se o treinador afirmava que Eduardo não tinha condições físicas de ser titular e se a prioridade era o Brasileirão, embora correta a opção dele começar jogando, achei incoerente ele não ter sido sacado numa das 3 substituições.
E se ele tivesse sofrido uma lesão muscular, com recuperação mais longa do que a pancada sofrida? E se não tivéssemos ganho do Vitória em Salvador? Sem dúvidas, o treinador estaria sendo criticado.
MÃO NA BOLA OU BOLA NA MÃO
É o lance mais confuso nas regras do futebol e o mais incoerente por parte dos árbitros. Ou seja, não existe critério. Já vimos de tudo.
A única coerência que existe é se o pênalti é a favor do Flamengo é bola na mão. Ao contrário, é mão na bola.
Sinceramente, não achei pênalti no segundo gol do Flamengo, assim como não achei pênalti o lance contra nós no jogo contra o Vitória. Já vi juízes não marcar pênaltis em lances como estes, assim como já vi marcação em lances menos evidentes.
Definitivamente, a FIFA precisa resolver de uma vez por todas estas polêmicas de arbitragem, como mão na bola ou bola na mão e impedimento, sob o risco de perder a credibilidade no seu esporte. Utilizar o argumento de que são estas polêmicas que fazem a paixão pelo futebol beira o absurdo. O futebol movimenta muito dinheiro, as bolsas de apostas mais ainda. Toda esta polêmica só serve para fortalecer as teorias conspiratórias.
Praticamente todos os esportes já adotam práticas que minimizam estas polêmicas. Seja simplificando regras, seja utilizando recursos da TV, ou seja colocando mais árbitros na partida, alguma coisa precisa ser feita.
HERNANE
Mais uma polêmica no clube.
Achava inevitável a venda do jogador, após a sua bela temporada em 2013. Uma questão de tempo, em função de uma combinação de fatores.
Dentro do clube, existia o temor do jogador não conseguir repetir em 2014 o sucesso do ano anterior e perder a oportunidade de realizar uma venda lucrativa. Lembrem-se que o Flamengo tem sido um dos clubes que menos arrecada com venda de atletas, instrumento que a grande maioria dos clubes utiliza para equilibrar suas finanças. A diretoria segurou o quanto pôde pela pressão da torcida, que via no Brocador seu novo ídolo, identificado com nosso DNA de luta e dedicação.
Mais a questão principal que definiu a venda foi a pressão por parte dos empresários que detinham os outros 50% do passe do jogador, estes sim dispostos a realizar o lucro com as ações que compraram na baixa e precisavam vender na alta.
Se a decisão da diretoria foi certa ou errada, mais uma vez só o tempo dirá. Se Alecsandro (!!!???), Elton (!!!???) e Eduardo Silva conseguirem botar a bola para dentro, ninguém sentirá saudades do Brocador, com exceção de um amigo meu, que por coincidência é colunista aqui do site (rsrs …). Caso contrário, a cobrança será forte.
Olhando pelo lado da coerência, o que questiono na decisão da diretoria é opção por vender sem ter as devidas garantias bancárias. Este ano, duas propostas tão boas como esta já haviam sido apresentadas, mas não foram à frente justamente porque o clube exigiu as tais garantias que não foram apresentadas.
Como vender agora sem ter estas garantias?
Saudações rubro-negras.
Márcio Neves
Fonte: Flamengo RJ