Falando de Flamengo – Você já ouviu falar em um craque do Flamengo que se chamava Carlos Almeida? Não? Não se preocupe. Você não é menos rubro-negro por conta disso. Mas conhecer sua história, com certeza, renovará sua paixão pelo Mais Querido. E eu te provarei que o Almeida já existe em seu coração rubro-negro.
Carlos Almeida era um meio-campista que iniciou sua carreira pelo Fluminense, ainda em 1919, passou pelo Canto do Rio, mas, como todos os homens de bom gosto e sensíveis ao sabor de ser rubro-negro, se apaixonou pelo Flamengo ao atuar pelo clube na década de 30.
Almeida atuou em uma época muito diferente dos dias atuais. O futebol era amador, Almeida dividia seu tempo entre os treinos no Flamengo e o escritório onde trabalhava. Muitas vezes o “Football” ficava em segundo plano, mas nunca o seu amor pelo clube da Gávea. E pelo Flamengo, Almeida chegou ao selecionado brasileiro.
O destaque que o atleta ganhava da imprensa não o fazia mais vaidoso. Na verdade, Almeida era um daqueles que se considerava felizardo por representar milhares de torcedores que, à época, começavam a formar o que se tornaria a maior torcida de todo mundo.
Paremos, por um instante, para refletir que, na verdade, Almeida era nosso herói anônimo: amava o Flamengo como nós amamos, desfilava seu talento nos gramados em favor das cores rubro-negras e do clube nada queria. Pelo Flamengo, tudo fazia.
Porém, em 1932, Almeida teve sua carreira abreviada ao se machucar em um jogo contra o São Cristóvão. Foi o primeiro atleta a operar o menisco, mas não pode mais voltar aos gramados. E ali terminava uma história de amor ao rubro-negro.
Terminava? Essa história nunca terminou. O amor em vermelho e preto se perpetuou e se perpetua em suas filhas, netos e bisnetos. Em uma época em que jogadores de futebol cada vez menos se identificam com os clubes onde jogam, Almeida colhe, lá de cima, orgulhoso, os frutos de seus ensinamentos.
Obrigado por tudo, Almeida.
Essas são as histórias que merecem ser resgatadas em livro.