Cotas de TV e o tamanho do Flamengo

Em certa ocasião, lendo o famoso blog do torcedor na globo.com, me deparei com uma afirmação que me marcou daquele momento em diante : O Flamengo não é “price taker” e sim “pricemaker”. Ora…isso é evidente, salta aos olhos. Mas ainda assim a força da marca Flamengo é digna de admiração, mesmo sendo exposta por décadas de gestões pouco recomendáveis a saúde da instituição.

Vejamos alguns exemplos dessa força:

*Faz muito tempo que, de forma quase benevolente, levamos o campeonato carioca nas costas. Campeonato esse que hoje conta com uma fórmula enfadonha e entupida de times cujo o maior objetivo não é viver e sim sobreviver. Em 2015 será ainda pior, uma vez que todos estamos acompanhando o imbróglio em torno do preço dos ingressos, algo que provavelmente é ilegal e certamente atenta contra a prática do livre mercado, contra o regime de sustentabilidade do clube e também contra a política de oferecer vantagens para aumentar a adesão ao ST. ( Deve ser muito bom fazer caridade com o dinheiro alheio!!!!).

* O valor arrecadado pelos diversos patrocínios nos últimos anos sempre esteve entre os maiores do país, quando não foi o maior, como provavelmente será em 2015.

* A valor pago pela TV é o maior entre todos os clubes brasileiros ( juntamente com o Corinthians ) e sofrerá reajuste em 2016 para 170 milhões de reais, sem contar nesse montante o valor ganho com o pay per view.. ( Para se ter uma idéia, a turma do 2º escalão receberá 110 milhões).

* Em 2013, ao chegar a final da copa do Brasil, o preço dos ingressos da final virou tema de trabalho do respeitável MP, tratamento diferente do dado a outros times que chegaram em decisões e não tiveram suas soberanas decisões sobre o preço contestadas por ninguém do poder público.

Essas e outras situações exemplificam um pouco as reações que o Flamengo gera nas mais diversas áreas da sociedade. O Flamengo, com toda a sua torcida, seu potencial de arrastar multidões pelos 4 cantos do Brasil e toda a beleza única de sua camisa certamente tem mais poder de negociação e merece receber mais pelos serviços prestados do que seus rivais menores do estado do RJ. E o mesmo se aplica a outros clubes ditos grandes no cenário nacional. Assim é o capitalismo. Quem pode mais chora menos. oras…

Porém, existem aqueles que intencionam atentar contra esse status natural da sociedade moderna. Como exemplo, existe um projeto de lei que quer regular a distribuição das cotas de TV entre os clubes, tentando equiparar o Flamengo, um autêntico Atlas do futebol brasileiro, a clubes que se dizem grandes, mas quando vão mandar um jogo, um clássico, fora de seu estado de origem não conseguem levar nem 10.000 pessoas ao estádio e tomam prejuízo. São interessantes essas tentativas de “socializar” o futebol brasileiro as custas do Flamengo em prol de uma noção de justiça deturpada, que simplesmente não se aplica ao mundo real…A titulo de exemplo, não vejo nenhuma tentativa de socializar o salário, as benesses e as vantagens do deputado que pensou essa proposta. Sem dúvidas esse cidadão pode pagar para o filho dele uma escola com muito mais qualidade do que a maioria dos cidadãos brasileiros…que injustiça não?

Só a titulo de curiosidade: Caso uma medida dessa entre em vigor…o que aconteceria com a já abissal diferença entre os clubes daqui e os grandes clubes europeus?

Dessa forma fica dado o recado a nossa diretoria: Continuem fazendo o bom trabalho em sanear as finanças do clube e procurem sempre fazer do Flamengo um clube e uma marca mais fortes. Não sigam jamais o exemplo de dirigentes que, ao invés de trabalharem para fortalecer suas agremiações, fazem de tudo para prejudicar outras. E tomem muito cuidado com iniciativas mesquinhas feitas na “calada da noite” dos bastidores com o único intuito de prejudicar o Flamengo.

Saudações Rubro Negras.

Luiz Amorim.