Que poder é esse que move mais de 40 mil pessoas a saírem de suas casas em uma quarta-feira a noite e comparecerem ao Maracanã, dez da noite, sabendo que só retornarão muito tarde e que terão que acordar cedo no dia seguinte para seguir com suas vidas?
Que espécie de catarse coletiva faz com que essas mesmas pessoas gritem e empurrem um time limitado (carregadores de cimento, na definição da própria comissão técnica) para cima de um time superior tecnicamente e consiga a vitória?
Esse amor que 40 milhões ao redor do mundo tem pelo Rubro-Negro não tem explicação! Não cabe em si e transborda em apoio. Faz o impossível parecer fácil, apenas uma questão de tempo.
Quando muitos teriam desistido, eis que a Nação está ali, ao lado e fornecendo aquele combustível extra. Está se tornando repetitivo, a cada jogo a mesma exaltação à torcida do Flamengo. Mas, só quem está indo e comparecendo às arquibancadas consegue perceber a atmosfera que vai sendo criada. Aquela liga, aquela sintonia que poucas vezes se viu. A mesma que em 2007 levou o também limitado time de Joel Santana (a tropa de elite) do rebaixamento à uma improvável classificação para a Libertadores. Ou então em 2009, quando passamos de um time desinteressado e comum sob o comando do Cuca, para um time aguerrido e regido pelo maestro Pet, que conseguiu tirar uma diferença absurda de mais de dez pontos e acabou campeão.
Não tenho a ilusão de conseguir um título este ano, mas quando existe essa sintonia time-arquibancada fico extremamente feliz, pois essa é a cara do Flamengo, o que nos fez forte e o que somos hoje.
Fonte: Falando de Flamengo